quinta-feira, 7 de março de 2013

Golpe de Estado na Venezuela!

O mundo inteiro parou, e não se fala noutra coisa desde o dia 5, quando foi oficialmente anunciada a morte de Chávez. Tenho pouco a comentar sobre isso pois, como venho dizendo há tempo, minha principal preocupação é a situação política do país, governado por usurpadores, verdadeiros urubus se refestelando na carniça de um defunto ainda quente e brigando pela repartição do botim.

Toda a trajetória desse déspota sanguinário foi marcada pela mentira e ocultação de fatos que deveriam ser do conhecimento dos venezuelanos, desde seus atos em vida - sobretudo como e com quem gastava a fortuna oriunda do petróleo -, passando pela sua doença e finalmente sobre sua morte. O chefe da guarda presidencial de Chávez, general José Ornella, anunciou que ele morreu em conseqüência de “um enfarto fulminante”. Segundo Ornella, Chávez “não podia falar, mas disse com os lábios: ‘eu não quero morrer, por favor, não me deixem morrer’, porque ele queria muito a seu país, se imolou por seu país”.

Como até hoje não se sabe a realidade dos fatos, qualquer especulação ou conto serve de consolo. E dentre essas incontáveis histórias divulgadas com a finalidade de mostrar um homem bom e generoso, agora ele aparece não só como “católico” senão como que “morreu no seio da Igreja”. Parece contraditório que esta informação parta de comunistas ateus, como o próprio Chávez que se exibia em público beijando um Crucifixo, mas faz parte do jogo de desinformação, uma vez que a Venezuela possui 90% de católicos no país. Esta seria, então, a maneira mais fácil de conquistar parcelas enormes não só da população nacional como também internacional, que denunciavam os horrores do comunismo que vinha sendo implantado no país. Nenhum católico venezuelano esquece as heresias ditas no vídeo abaixo. Então, alguém que levou toda sua vida afrontando a Deus, perseguindo a quem se opunha à sua ditadura e que NUNCA pediu perdão pelos seus atos cruéis e criminosos contra pessoas inocentes, não pode ter “morrido no seio da Igreja” porque, para isto, era necessário o arrependimento e o pedido de perdão, às suas vítimas e a Deus. Assistam ao vídeo.



E a farsa prosseguiu durante o velório, pois conforme mostra a foto abaixo, Chávez aparece em um caixão saindo do Hospital Militar, e em outro completamente distinto durante o cortejo e o salão onde está sendo velado. Como pôde isto? Por que a troca de caixões? Especula-se, mais uma vez, que o primeiro caixão foi o que o transportou de Cuba à Venezuela mas como era totalmente fechado, providenciou-se outro com uma janela de vidro. Há ainda outro mistério: por que não há nem se pode tirar fotos do ilustre defunto? As pessoas estão sendo rigorosamente revistadas, conforme relata um repórter da agência AFP, para que não entrem no recinto com câmeras fotográficas de nenhum tipo e ficam apenas 10 segundos se despedindo. Há sobre o seu corpo uma faixa vermelha bordada em letras douradas a palavra “Milícia”, uma organização para-militar criada por ele com 120.000 civis em armas, prontos para “defender a pátria”... dos seus compatriotas contra-revolucionários!



Quem assistiu à declaração de Nicolás Maduro viu quando ele chorou emocionado ao informar que Chávez havia morrido. No entanto, a foto abaixo tirada ontem no velório, mostra-o em companhia de Evo Morales onde ambos sorriem absolutamente inadequada a um velório. De que ri Maduro um dia após ter chorado em cadeia de televisão a morte de seu chefe e melhor amigo? Ri de felicidade por ter conseguido dar um criminoso golpe de Estado na Venezuela, com a anuência de TODOS os países pertencentes à ALBA, Foro de São Paulo e OEA, pois na reunião emergencial havida em 10 de janeiro naquele órgão, o único a apontar o crime constitucional que se estava cometendo foi o embaixador do Panamá, Guillermo Cochez, o que acabou lhe custando a exoneração do cargo.



Vale a pena revisar o que vem ocorrendo desde que Chávez deixou o país em 11 de dezembro de 2012:

1. No dia 10 de janeiro de 2013 encerrava-se um período presidencial e começava outro. Nesta data, Chávez deveria se juramentar e nomear seu novo vice-presidente, o que não ocorreu dada a sua impossibilidade física. Numa atitude claramente ilegal e inconstitucional, a presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) Luisa Estella Morales decide que, como houve uma re-eleição, se poderia “estender” o prazo até que Chávez estivesse em condições;

2. Com este golpe, dona Luisa Estella além de ratificar Maduro no cargo de vice-presidente, ratificou também  o seu próprio cargo e dos demais membros do governo como ministros, embaixadores, comandos militar, etc.;

3. Considerando que esta atitude fosse legal, a sentença da Sala Constitucional agora fica vencida com a morte de Chávez, caraterizando-se sua “ausência absoluta e definitiva”;

4. Conforme reza a Constituição Nacional em seu Art. 233, o cargo de presidente da República fica legalmente vacante devendo assumi-lo o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, e novas eleições devem ser convocadas em 30 dias, uma vez que Chávez morreu sem tomar posse. Portanto, todos os cargos ocupados atualmente expiraram, perderam a validade;

5. Conforme reza também a Constituição, como “Presidente Encarregado” Maduro não se inabilita a concorrer às eleições mas como vice-presidente ele não poderia, teria que renunciar, mostrando claramente uma jogada política planejada desde que Chávez concorreu às últimas eleições, SABENDO que não viveria para tomar posse! Assim, ele garantiu - por ordem dos ditadores Castro - a perpetuação de seu projeto revolucionário, e através desses mesmos ditadores é que Maduro vem tomando as atitudes mais espúrias e ilegais num país sem lei. Tudo fora planejado para que Diosdado Cabello NUNCA assumisse o cargo que constitucionalmente lhe cabia, pois os Castro temiam perder as regalias que recebem e que Cabello, que goza de prestígio no meio castrense, levasse os militares a uma sublevação.

A doutora Blanca Rosa Mármol de León, ex-magistrada da Corte Supre de Justiça venezuelana e cuja aposentadoria foi “apressada” pela presidente do TSJ, deu uma entrevista a Pedro Corzo da Radio Martí, e confirma todas as denúncias que eu já vinha fazendo desde fins do ano passado e começo deste. Ouçam aqui

O mais estarrecedor de toda esta trama diabólica, é que Nicolás Maduro além de usurpar um cargo que caberia por direito a Diosdado Cabello, já está emitindo decretos, como o mostrado abaixo, onde se auto-nomeia “Presidente Encarregado” e NINGUÉM da imprensa nacional ou internacional denuncia isto. É como Olavo de Carvalho sempre aponta, a “espiral do silêncio”, pois não interessa para nada que se desmorone esse castelo sinistro que Chávez levou 14 anos para construir, sob o comando de Havana e do Foro de São Paulo. 



Há muitos países dependentes dos petro-dólares venezuelanos, a começar por Cuba, que nesses 14 anos recebeu aproximadamente 5.000 milhões de dólares em petróleo, dinheiro e serviços. Do mesmo modo, bandos criminosos, como as FARC, teriam recebido além de apoio logístico dentro da Venezuela onde possuem propriedades, identidades venezuelanas, além de facilidades no “comércio” da droga. E não preciso citar a Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina, Paraguai e Uruguai, por isso todos choram a morte de seu ídolo. Sobre a fortuna expropriada em prol de sua família e dos irmãos Castro, sugiro a leitura deste artigo muito revelador.

E para encerrar esta edição de hoje, o Notalatina mostra, através da foto abaixo, que Nicolás Maduro já estava em campanha, talvez incentivado pelo próprio Chávez, quando o nomeou e pediu ao povo que votasse nele desde o ano passado. O cartaz abaixo mostra Maduro e Chávez juntos, uma jogada de marketing muito usada para associar um candidato a outro, sobretudo os populistas o que garante os votos de um para o outro. Cansamos de ver isso aqui no Brasil. E isto já devia estar pronto há tempo porque propaganda impressa não se faz da noite para o dia,  teve de ser planejado, testado e impresso.



Temo e me preocupo com o destino da Venezuela em mãos de bandidos perigosos e armados, pois vai-se convocar eleições mas a oposição está completamente fragmentada, desiludida, cansada de tanta traição e sem um líder visível, pois Henrique Capriles tem se esmerado em mostrar que não passa de um socialista demagogo, que vai perder sem resistência alguma para um ex-motorista de ônibus ignorante, sem traquejo político nenhum e que, por isso mesmo, foi o candidato escolhido a dedo por Raúl e Fidel Castro. E ele já deu provas incontestes nesse período de ausência de Chávez, fazendo tudo, até a morte do ditador bolivariano, como determinavam os “senhores da ilha”. Que a Virgem de Coromoto proteja os venezuelanos de bem, e não permita que se consolide uma ditadura comunista de direito e de fato na Venezuela. Fiquem com Deus e até a próxima.

Comentários e traduções: G. Salgueiro

quarta-feira, 6 de março de 2013

O que espera a Venezuela com a morte de Chávez

Finalmente, a novela acabou. Depois de usurpar o governo da Venezuela durante dois meses e fazer sua campanha eleitoral, Nicolás Maduro informou ao mundo que Chávez havia falecido. Não vou ser hipócrita nem cínica para dizer, agora que ele morreu, que senti muito, que “descanse em paz” ou coisas que se dizem como condolências. Tampouco vou festejar como vi muitas pessoas fazendo, embora entenda até certo ponto o que move as pessoas a agirem assim. Mas não é esse o meu modo de ser. Peço apenas que Deus seja justo, e lhe dê aquilo que ele merece por seus atos quando em vida.

Chávez herdou o país numa fase em que o preço do petróleo subiu à estratosfera, no entanto, de toda a fortuna que o ouro negro gerou, em vez de transformar a Venezuela num país de primeiro mundo Chávez distribuiu o que não lhe pertencia ajudando ditaduras ou republiquetas falidas, como as de Cuba, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina, sem contar com o gasto faraônico em compra de armamentos à Rússia, China e Irã. Transformou o país numa terra de ninguém, aparelhou todos os estamentos do Estado com cubanos e iranianos, abrigou os terroristas das FARC e ELN, distribuiu dinheiro clandestinamente para apoiar eleições de “camaradas”, deu o ouro da Venezuela para a China e o urânio para Ahmadinejad fabricar suas bombas.

Desde que anunciou estar acometido de um câncer e que iria se tratar em Cuba, a ocultação de informações verazes, a mentira e a dissimulação passaram a ser o norte do governo venezuelano. Desde o dia 8 de dezembro passado, quando fez sua última aparição pública, seu vice nomeado, Nicolás Maduro passou a manipular as informações sobre seu estado de saúde, dizendo ao povo venezuelano aquilo que lhe ordenava a ditadura castrista. Não preciso mencionar aqui a quantidades de mentiras grosseiras que foram divulgadas oficialmente, embora creia que nunca a verdade venha a ser descoberta.

Ontem, através de informações oficiosas, soube-se que Chávez havia piorado e voltado à Cuba num helicóptero super equipado. Me perguntei várias vezes como isto podia estar acontecendo com um paciente em estado terminal, traqueostomizado, evidentemente preso a outros aparelhos que lhe garantiam a sobrevida e, em sendo verdade, se não era uma estupidez dos médicos, da família e dos dirigentes ficar com um doente tão grave para lá e para cá expondo-o a um sofrimento desnecessário. Entretanto, o que Maduro e Villegas sempre exigiam do povo era “respeito” e “amor” para com o seu presidente, enquanto eles disputavam o botim de um defunto ainda quente.

Ontem Villegas havia feito outro pronunciamento para dizer que o quadro clínico de Chávez havia piorado mas que “ele estava dando uma batalha pela vida”, e que pedia “unidade, unidade, unidade”, mais uma vez iludindo o povo com mentiras grotescas, pois no estado em que ele se encontrava sequer tinha consciência ou podia falar, mesmo que fosse através de gestos. Hoje, pela manhã, Maduro reuniu o alto escalão do governo e o comando militar para informar que “havia provas” de que o câncer de Chávez havia sido parte de um complô dos Estados Unidos, que “inocularam o vírus” propositadamente para desestabilizar o país. Ante a “descoberta”, havia expulsado o adido militar da Aeronáutica, David del Monaco, a quem deu “24 horas para deixar o país”, e depois fez o mesmo com o outro funcionário de nome David Kostal, considerados “persona non grata” por “conspirarem contra o país”. Vejam no vídeo que coisa mais patética: 





Os funcionários já se encontram nos Estados Unidos conforme informações do Pentágono. Entretanto, esta reunião e as duas expulsões obedeciam ordens de Havana para distrair as atenções dos venezuelanos, sobretudo dos estudantes, pois estes vinham insistentemente exigindo informações concretas e provas de vida de Chávez em manifestações pacíficas, onde se mantinham acorrentados em frente à embaixada e consulados cubanos. Mais um golpe canalha de desinformação, da qual Cuba é mestra!

Duas horas depois, Maduro aparece em cadeia nacional para informar que Chávez havia falecido às 4:25 da tarde do dia 05. Já não dava mais para espichar a conversa de um Chávez convalescente que governava, dava posse a funcionários, emitia comunicados e escrevia artigos de dez páginas como fez no encontro da CELAC. O vídeo do anúncio feito por um Maduro emocionado e choroso já foi muito divulgado, então, preferi publicar o que disse o ministro da Defesa, Diego Molero Bellavia, porque ele diz muito de como será o futuro da Venezuela daqui por diante. Ele fala coisas aberrantes, como um Chávez “agarrado a Cristo” e no final, este militar do mais alto escalão grita palavras de ordem usadas por Chávez e pelas FARC, refrão alcunhado ao carniceiro Guevara: “Hasta la victoria siempre!”. Assistam:





Entretanto, segundo o diário ABC da Espanha, Chávez morreu às 7:00 h. da manhã em Cuba, e todo esse espalhafato sobre o complô dos Estados Unidos foi, conforme imaginei e denunciei na minha página do FaceBook, mais uma desinformação para distrair a mídia e dar tempo de trazer o corpo de Cuba até a Venezuela sem que o povo se desse conta das manobras.

Com a morte de Chávez, agora, segundo reza o Artigo 233 da Constituição, o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, deverá assumir a Presidência e conclamar novas eleições dentro de 30 dias. A usurpadora presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Luisa Estella Morales, disse que com a morte de Chávez o povo deveria “confiar em suas instituições” porque agora elas “mostram sua solidez”. Não sei a qual solidez esta senhora se referia, uma vez que, como já denunciei noutra edição, ela sacramentou o crime constitucional de que Chávez poderia se juramentar “quando estivesse em condições”, permitiu que Nicolás Maduro continuasse como vice-Presidente sem haver tomado posse, e o próprio cargo, que se extinguiria com o fim daquele mandato, no qual ela permanece impávida como se tivesse sido nomeada pelo presidente juramentado. Chávez morreu sem se juramentar, portanto, todos estes cargos - inclusive o de Elías Jaua como Chanceler - são absolutamente ilegais e usurpados. Todavia, vejam no vídeo abaixo o que disse o “chanceler” Elías Jaua sobre a situação futura: 





Quer dizer, enquanto todos do governos usurpado dizem em seus discursos que a Constituição será cumprida, que o povo confie em suas instituições, seguem cuspindo na Carta Magna e fazendo exatamente aquilo que lhes ordenam os donos da Venezuela, os ditadores Castro. Maduro já estava ilegal antes, como vice-presidente nomeado por um presidente não empossado, e mais ainda agora, pois no caso de vacância definitiva é o presidente da Assembléia quem assume o lugar. E onde estão as instituições internacionais para denunciar esta crime tão evidente? Por onde anda a OEA que não vê nisso uma inconstitucionalidade? Vão bem, obrigada, todos lamentando e chorando a perda do “grande líder”!

Enquanto em seus discursos Maduro e o ministro da Defesa pedem “respeito”, “paz” e “amor”, Nicolás Maduro ordenou o deslocamento de TODA a Força Armada Nacional e a Polícia nas ruas, segundo ele, “para acompanhar e proteger nosso povo”. Mas, “proteger” de quem, se segundo eles o país vive uma democracia plena, com segurança, tranqüilidade e todos amam Chávez? Notícias que recebo de amigos venezuelanos dão conta de que há grupos violentos por todas as ruas, os celulares estão fora de serviço e muitos meios de comunicação estavam fora do ar até pouco tempo. Um grupo de motorizados chegou onde estavam acampados os estudantes de Chacao, e queimou todas as tendas em que eles dormiam, num claro gesto de intimidação, conforme mostra a foto que ilustra esta edição.



Segundo informou Elías Jaua, as exéquias de Chávez começam na quarta-feira no hall da Academia Militar para onde o corpo foi trasladado, e na sexta-feira às 10:00 da manhã haverá uma solenidade de despedida com uma cerimônia oficial com os chefes de Estado presentes. Ele não informou aonde o corpo vai ser sepultado mas arrisco dizer que será no Mausoléu construído para guardar os restos de Simón Bolívar, que divulguei em edição de agosto do ano passado. Segundo Jaua, o país está em “absoluta tranqüilidade” e pediu que os venezuelanos mantivessem a paz como “um legado de Chávez. É um dever de todos preservar a paz”

Bem, esse é o discurso da mentalidade revolucionária. Para eles, Chávez não foi só um líder mas um santo, piedoso, generoso, pacífico, que dava tudo pelos pobres, que fez muito pelo país, entretanto, o que se vê hoje, inclusive com o seu substituto usurpador Maduro, é violência, atitudes autoritárias, e uma ditadura mais feroz a caminho. Temo pela gente de bem, pelos amigos prejudicados pelos incontáveis crimes cometidos por Chávez e seus esbirros, pelos que suplicaram um gesto de boa-vontade da parte deste que se foi pela sua libertação, e que permanecem encarcerados correndo risco de vida, inclusive de serem assassinados na prisão. Por isso não rezo por ele e sim pelos que ficaram, pelas suas incontáveis vítimas desde aquele fatídico 4 de fevereiro de 1992 em seu falido golpe, pelas vítimas da praça França de Altamira, pelos “expropriados”, pelos que tiveram que se exilar para preservar a vida. Que a Virgem Santíssima se apiade deles e que Deus dê a esta criatura tão nefasta e medonha aquilo que ele merece. Fiquem com Deus e até a próxima!