segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Choro por ti, Venezuela...




Nós já vimos esse filme. Uma vez, duas, mil vezes... Mesmo assim, o gosto amargo da derrota que não devia surpreender a ninguém, está grudado no céu da boca. Sem estrelas. Numa noite escura e tenebrosa que insiste em permanecer. É mais uma crônica de uma morte anunciada tantas e tantas vezes. Porém, desta vez há desdobramentos graves e talvez irreversíveis para o continente.

Amanhã (08.10) começam em Oslo as “negociações” entre o governo Santos e os terroristas das FARC. Essa data, em que toda a comunalha celebra a morte do assassino Guevara, não foi escolhida por acaso. Na Colômbia os parlamentares, que agora estão criando até leis para garantir todos os direitos e a total impunidade aos crimes de lesa-humanidade das FARC, resolveram decretar o 8 de Outubro o “dia do guerrilheiro”. Em homenagem a quem? Tirofijo? Mono Jojoy? Alfonso Cano ou Guevara mesmo?. 

O presidente Uribe havia anunciado que incluir a Venezuela como mediador desse processo era dar oxigênio e protagonismo a Chávez na reta final de sua campanha. Isso era evidente para quem conhece os métodos e as práticas dos comunistas desde sempre. Além disso, no encerramento do último Encontro do Foro de São Paulo (FSP) Chávez anunciou, muito seguro, que “ia tomar [o governo] por nocaute”. Em outras oportunidades e discursos, e nesse mesmo do FSP, ele anunciou que sua vitória seria de 10 milhões de votos. Ao ser anunciada sua vitória, quando o escrutínio já estava com 90% das urnas apuradas, ele estava com mais 8 milhões de votos. Coincidência? Leiam as edições anteriores a essa eleição que tudo já havia sido dito.

Após o anúncio do CNE os candidatos fizeram seus discursos. Capriles não hesitou em acatar os resultados, elogiou a lisura do processo eleitoral, disse que “não houve derrota” e aceitou pacificamente o que a olhos vistos foi uma fraude monumental. Lembrei de outro candidato que concorreu às eleições presidenciais, também jovem, também fraudado e que do mesmo modo baixou a cabeça e se rendeu: Manuel Rosales que, como prêmio, foi perseguido por Chávez a ponto de ter de fugir do país e exilar-se no Peru. Não trago esse cálice amargo. Sobretudo porque recebi de um amigo a verdadeira apuração, estado a estado, e que mostra o esperado e as pesquisas mais sérias apontavam. Leiam no final.

Há algum tempo eu vinha mostrando o andar da carruagem e o tamanho do rombo que essas eleições deixariam nas esperanças dos venezuelanos que “ainda” se iludem, acreditando que comunistas jogam o jogo legítimo da democracia. E eis aí a vitória das FARC, do Foro de São Paulo, da ditadura cubana - que garantiu por mais algum tempo o sustento dos irmãos Castro -, e de todos os governos comunistas da região. Em seu discurso da vitória Chávez afirmou: “Que o candidato da direita tenha aceitado nosso triunfo é um grande passo para a construção da pátria bolivariana”. O mesmo ele disse a Rosales...

Embora eu tenha sempre afirmado que não admirava Capriles, por ele haver desprezado e tratado grosseiramente o presidente Uribe quando quis apoiá-lo, e por declarar que Lula era “seu modelo”, eu apostava minhas fichas como uma primeira opção para tirar Chávez do poder. Não posso esconder minha decepção. Não por Capriles mas porque Chávez vai permanecer. E vai apertar os torniquetes com os presos políticos. Pensei em meu amigo Alejandro Peña Esclusa, na juíza Maria Lourdes Afiune, dos delegados Vivas, Forero e Simonovis e tantos outros cujos nomes não recordo agora. E na imprensa, e nas empresas, nas propriedades privadas obscenamente expropriadas, nas centenas de vítimas do incêndio da petroleira, dos assassinados pelo regime, na miséria, na falta de comida, liberdade e segurança. Não resisti e chorei...

E porque me sinto de luto fechado esta edição não tem cor, nem fotos, nem vídeos. Só a tarja preta. E minha tristeza pelos venezuelanos que apostaram tudo em nome de sua liberdade e que foi surrupiada descaradamente, conforme os dados que seguem abaixo. Que fique registrado. Fiquem com Deus até a próxima!

AMAZONAS 
CHAVEZ: 42%
CAPRILES: 39%
N/S.N/C 19%

ANZOATEGUI
CHAVEZ: 28%
CAPRILES: 59%
N/S.N/C 12%

APURE
CHAVEZ: 44%
CAPRILES: 43%
N/S.N/C 13%

BARINAS
CHAVEZ: 44%
CAPRILES: 45%
N/S.N/C 11%

BOLIVAR
CHAVEZ: 41%
CAPRILES: 45%
N/S.N/C 14%

CARABOBO
CHAVEZ: 24%
CAPRILES: 63%
N/S.N/C 13%

COJEDES
CHAVEZ: 45%
CAPRILES: 41%
N/S.N/C 14%

DELTA AMACURO
CHAVEZ: 42%
CAPRILES: 37%
N/S.N/C 21%

FALCON
CHAVEZ: 34%
CAPRILES: 55%
N/S.N/C 11%

GUARICO
CHAVEZ: 37%
CAPRILES: 41%
N/S.N/C 22%

LARA
CHAVEZ: 33%
CAPRILES: 54%
N/S.N/C 13%

LIBERTADOR-CARACAS
CHAVEZ: 38%
CAPRILES: 50%
N/S.N/C 12%

MERIDA
CHAVEZ: 34%
CAPRILES: 53%
N/S.N/C 14%

MIRANDA
CHAVEZ: 23%
CAPRILES: 66%
N/S.N/C 11%

MONAGAS
CHAVEZ: 36%
CAPRILES: 49%
N/S.N/C 15%

NUEVA ESPARTA
CHAVEZ: 33%
CAPRILES: 54%
N/S.N/C 13%

PORTUGUESA
CHAVEZ: 38%
CAPRILES: 57%
N/S.N/C 15%

SUCRE
CHAVEZ: 31%
CAPRILES: 44%
N/S.N/C 15%

TACHIRA
CHAVEZ: 28%
CAPRILES: 59%
N/S.N/C 13%

TRUJILLO
CHAVEZ: 31%
CAPRILES: 44%
N/S.N/C 16%

VARGAS
CHAVEZ: 37%
CAPRILES: 41%
N/S.N/C 12%

YARACUY
CHAVEZ: 27%
CAPRILES: 55%
N/S.N/C 18%

ZULIA
CHAVEZ: 25%
CAPRILES: 62%
N/S.N/C 13%

EN EL EXTERIOR
CHAVEZ: 14%
CAPRILES: 79%
N/S.N/C 7%

TOTAL GENERAL VENEZUELA
CHAVEZ: 31%
CAPRILES: 56%

Comentários e traduções: G. Salgueiro

domingo, 7 de outubro de 2012

Chávez ganha as eleições, que tal?

Dona Tibisay Lucena acaba de informar que, de 90% das urnas escrutinadas, o resultado dá 54,42% a Chávez y 45,37% a Capriles!

Fraude, fraude, fraude, não há outra resposta a esta aberração, por isso o ditador estava tão tranqüilo!

Será que este maldito regime pensa que todo mundo é burro, cego e ignorante? Que alguém vai engolir esta farsa monumental assim, sem mais???

Votaremos depois com mais informações.


Eleições venezuelanas - Primeiro boletim



Sob um calor de 34º os venezuelanos acudiram em mais de 70% para votar por um novo presidente, o que mostra que as pessoas querem uma mudança, que não agüentam mais a ditadura castro-chavista, a miséria, a fome, a violência que sofrem há 14 anos.

Este é o primeiro boletim que o Notalatina apresenta dessas eleições que vão mudar da água para o vinho a situação na América Latina de um modo geral e do continente sul-americano em particular. As eleições acabaram há pouco, e enquanto o CNE ainda não apresenta os primeiros resultados das apurações, informo alguns fatos que ocorrem durante o dia. Embora houvesse medo de violência por parte das milícias chavistas, graças a Deus isto não ocorreu, embora houvesse sim, muita tentativa de intimidação e ameaças de indivíduos motorizados armados que passavam ao lado das longas filas gritando: “Chávez está te olhando, Chávez está te olhando!”.

Denúncias de fraude não podiam faltar. Uma moça denunciou via Twitter: Sou membro de mesa do Colégio Nacional de Zulia e antes de começar o processo, quero denunciar aqui: a máquina tinha 1.700 votos carregados”. De um jornalista de Noticias Caracol, informou-se que há cédulas de pessoas que hoje teriam 180 anos que estão habilitadas para votar na Venezuela.

Em dois países do outro lado do mundo já se sabe o resultado das votações: no Japão, Capriles teve 276 votos, enquanto Chávez obteve apenas 32. E na Austrália, Capriles teve 992 votos enquanto Chávez teve 0.

As quatro pesquisas independentes contratadas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos dão a Capriles mais de UM MILHÃO DE VOTOS ACIMA de Chávez. A Fundação Interamericana pela Democracia dá a Henrique Capriles uma vantagem, em nível nacional, de 1 milhão e 300 mil votos sobre Chávez. Vale salientar que esta fundação acertou TODAS as pesquisas realizadas naqueles países onde se respeita a vontade do eleitor, desde o México até a Argentina. A consultora Varianza estima uma vitória de Capriles em torno de 51,3% contra 48,06 de Chávez.

Outra informação dá conta de que Chávez fechou a fronteira com a Venezuela a partir das 4:30 da manhã, o que impediria que eleitores venezuelanos que moram em cidades limítrofes a votar, porque, segundo se informou, são pessoas que tiveram que deixar seu país por perseguição do regime e, evidentemente, não iam votar em Chávez.

No exterior estão habilitados a votar 110.495 venezuelanos residentes em 88 países. Desses, 36.915 registrados nos Estados Unidos que deveriam votar nos 8 consulados habilitados. O maior problema ocorreu com o consulado de New Orleans, que recebe os votantes deste estado e os que votavam em Miami, uma vez que este consulado foi fechado por exigência dos Estados Unidos após um escândalo com a consulesa, que foi expulsa do país. Estou acompanhando ao vivo, de modo que muitas coisas que assisto apenas posso reportar. Um rapaz se queixava de que vieram 3 ônibus de New Orleans, que levaram 18 horas de viagem e quando chegaram não os quiseram deixar entrar. Eram, seguramente, maioria de eleitores de Capriles.

Depois de votarem, Capriles e Chávez fizeram declarações mais ou menos no mesmo tom. Capriles disse que “a primeira pessoa a quem chamarei após conhecer os resultados é Chávez”, e Chávez disse “serei um dos primeiros a reconhecer os resultados”. Faço questão de publicar o vídeo com esta declaração porque recordo que estas foram as mesmas palavras que ele disse com relação ao referendo para decidir a reforma constitucional, e que ao ver-se fragorosamente derrotado, ficou furioso e não aceitou, levando o CNE a fraudar os resultados deixando uma margem muito pequena, de modo que a perda não fosse tão vergonhosa. Diante do resultado, Chávez disse: “Esta foi uma vitória de merda!”.

Vejam a declaração dele no vídeo abaixo que faço questão de deixar registrado. A apuração começou mas ainda não temos resultados. Eu sempre afirmei que Capriles não é o candidato ideal, mas é o que de melhor que se apresenta no momento para derrotar Chávez e sua nefasta ditadura comandada desde Cuba, pela mão de ferro dos ditadores Castro. Por isso torço por ele. E torço para que não haja nenhum ato de terrorismo, conforme prometem seus fiéis aliados do Bairro 23 de Janeiro. Esse é o primeiro boletim mas o Notalatina está atento e vai seguir informando até o resultado final.

Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários: G. Salgueiro