quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Entrevista ao programa "La Hora de la Verdad", da Colômbia




Antes de entrar no tema da edição de hoje, necessito fazer alguns comentários relativos às coisas que postam no Notalatina, a maioria das quais não merece nem respeito e muito menos publicação, e dar alguns avisos. 

Estou mudando de residência e por esta razão tenho tido muito menos tempo do que o habitual, embora meu sincero desejo fosse fazer edições mais amiúde. Como todos sabem, este blog é totalmente elaborado por mim e, embora receba informações preciosas que sei que não vão ser divulgadas e muito menos analisadas no Brasil, não tenho podido escrever por absoluta falta de tempo. Não tenho assessores, não tenho patrocinadores e, portanto, escrevo somente por uma questão de consciência para que fique registrado que tais ou quais fatos aconteceram e a mídia - de um modo geral - silenciou.
Um leitor, muito respeitosamente, criticou-me por ter chamado Piedad Córdoba, a porta-voz das FARC no Senado colombiano, de “negra asquerosa”. Eu publiquei o comentário porque queria responder mas em seguida um demente - sem me conhecer, nem de perto nem de longe - logo rotulou-me de “racista odiosa”. Pelo desrespeito, foi para o lixo. Ao leitor que questiona porquê a chamo assim, digo-lhe que não houve - como não há - nenhum “racismo” de minha parte mas apenas a chamei como ela é conhecida na Colômbia, inclusive pelas próprias FARC que a apodam de “a Negra” ou “a Negrinha”. Entre o povo colombiano a coisa vai mais além, chamando-a de “negra asquerosa” (como eu a chamei) ou “a negra do turbante”. 
E aqui mesmo no Brasil, em tempos em que a sociedade era sadia e não infectada pela novilíngua gramsciana e muito menos havia um “ministério do racismo”, era comum as pessoas se dirigirem a um negro como “negão”, sem que houvesse aí embutido qualquer racismo ou ele se ofendesse. Tenho vários amigos negros, não mulatos mas negros mesmo, e nunca houve qualquer mal-estar por causa da cor; um de meus melhores amigos, por exemplo, é negro azulado e nunca houve qualquer problema entre nós por causa de cor da pele. Isto só é percebido pelos pobres em espírito que se preocupam com as aparências. A mim, a única coisa que importa é o caráter, acreditem ou não. Portanto, “racista odiosa” é a mãe!
Outro leitor questiona o pedido de doações ao blog, alegando que o Google oferece o sistema gratuitamente. É verdade. Todavia, o que o Google não oferece, nem grátis nem pagando, é o conteúdo apresentado no blog que me custa muitíssimo em livros importados, horas de pesquisa, horas de estudo, gasto com telefonemas para o exterior quando necessito alguma informação com urgência, energia física e elétrica, custo de internet, etc.
Como em geral o brasileiro prefere receber tudo de graça e desrespeita e menospreza o trabalho alheio, desconhecendo completamente o que é generosidade, acha afrontoso que eu peça àqueles que queiram e possam colaborar com os custos do meu trabalho. Há blogs que são regiamente remunerados para falar bem desse ou daquele político, outros são subvencionados por empresas ou ONGs mas o Notalatina não; conto apenas com meu parco salário para bancar o meu trabalho e algumas almas caridosas que vez por outra fazem um depósito - nada milionário - a quem sou comovidamente agradecida. 
Ademais, este não é o único blog que tem anúncio de doação. Aqui no Brasil quase todos têm, então, por que o problema apenas com o Notalatina? Para quem não sabe, é muito comum em países onde as pessoas têm o hábito de fazer contribuições, pois até mesmo sites famosos dos Estados Unidos, onde seus proprietários são ricos, têm um banner de “donation”. Só no Brasil - e para alguns espíritos tacanhos - isto parece vergonhoso ou afrontoso. E não tenho vergonha de dizer que  preciso sim, pelas razões que expus mais acima, de modo que agradeço do fundo do coração a quem quiser contribuir financeiramente para que eu possa continuar oferecendo um trabalho de qualidade, com informações que de um modo geral não se vê em outro blog e muito menos na mídia.
Bem, mas o motivo desta edição de hoje - que escrevo apressadamente - é para divulgar uma entrevista que tive a honra de conceder a don Fernando Londoño, em seu programa “La Hora de la Verdad”, realizada ontem pela “Radio Super” da Colômbia. Há poucos dias havia sido divulgado pela rede na Colômbia, a ficha criminal da candidata Dilma Rousseff. Eles custaram a acreditar que alguém com aquela ficha pudesse ser a candidata presidencial mais votada até o momento e don Fernando então perguntou se eu me dispunha a comentar para os ouvintes colombianos. Muito honrada, aceitei. 
No momento da entrevista eu estava extremamente nervosa, não por insegurança no tema mas porque o programa é ao vivo, sem cortes, direto com o público. E a minha preocupação estava mais centrada no conteúdo a informar do que na correção do idioma que domino bem mas naquela circunstância acabei gaguejando. Espero que os leitores relevem este detalhe e ouçam a perplexidade dos colombianos com o que se passa no Brasil, e lá ninguém tem conhecimento.
Devo ficar um longo tempo ausente, em decorrência da mudança de residência, mas tão logo minha vida se normalize volto a fazer outra edição. Fiquem com Deus e até a próxima!


Esta foto é de quando estivemos na Colômbia, eu e Olavo, com don Fernando Londoño em seu prestigiado programa radial "La Hora de la Verdad"




Comentários: G. Salgueiro