quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Morre um homem mau, e a Colômbia respira um ar mais puro




O Notalatina, em seu mês de aniversário, não poderia deixar de publicar a notícia de maior repercussão mundial e que enche de alívio e júbilo não só os colombianos que padeceram nas mãos de um dos maiores criminosos das FARC, mas também pessoas de bem que desejam sinceramente ver a Colômbia sem guerra, sem terrorismo, sem narco-tráfico. A morte de Víctor Julio Suárez Rojas, conhecido como “Jorge Briceño Suárez” ou “Mono Jojoy” em La Escalera, La Macarena, Meta, hoje, representa um abalo na cabeça da guerrilha terrorista comparável a um cismo de 8 graus ou mais. E isto deve-se ao laborioso trabalho que desenvolvem os serviços de Inteligência dos gloriosos Exército e Polícia da Colômbia, que apenas recebem o respaldo do presidente Juan Manuel Santos e do ministro da Defesa, Rodrigo Rivera.
No domingo passado a Força Tarefa Omega já havia dado baixa a 27 guerrilheiros da Frente 48 das FARC, dentre os quais Sixto Cabañas, cognome “Domingo Biojó”, chefe dessa frente, John Freddy García, cognome “Pitufo”, quarto cabeça de Frente, “Caballo”, “Segundo Cuéllar” e María Victoria Honojosa, cognome “Lucero Palmera”, amante de Simón Trinidad que está encarcerado nos Estados Unidos. Hoje especula-se que a filha desse casal, ao que tudo indica, também estava no local e morreu no bombardeio, ainda por ser confirmado pela perícia técnica que examina o DNA.
No ataque de hoje havia dois guerrilheiros muito importantes dentro da organização mas ainda não se tem a confirmação de suas mortes: “Mauricio”, o médico, e que há tempo acompanha Jojoy por causa da sua diabetes, e “Romaña”, que fazia parte do Estado Maior e foi comandante de várias frentes do Bloco Oriental das FARC.
Jojoy tinha a seu redor várias centenas de guerrilheiros em mais de um anel de segurança e vivia movendo-se em círculos entre Cundinamarca, Meta e Huila para fugir da perseguição das Forças de Segurança mas, enquanto vários dos cabeças buscavam refúgio no Equador e Venezuela, Jojoy preferiu ficar concentrando-se nos locais que conhecia bem, que eram a serra de La Macarena e o páramo de Sumapaz. Em fevereiro desse ano ele perdeu 40 de seus 50 guardiãs. No ano passado descobriu-se um de seus refúgios, numa caverna debaixo da terra, a qual ele havia abandonado há pouco. Sua morte chegou a ser anunciada várias vezes, tamanha a proximidade do ataque, mas depois era desmentida.
Com as mortes de “Marulanda”, “Raúl Reyes”, “Iván Ríos” e vários chefes importantes como “Edgar Tovar”, “Negro Acacio”, “Buendía”, “Gaitán”, “Negro Arturo”, “Negro Antonio”, “Cesar”, “Martín Sombra”, etc., Jojoy foi ficando cada vez mais só e isolado, sobretudo porque suas relações com “Alfonso Cano” nunca foram boas, uma vez que Cano, mesmo antes de se tornar o chefe máximo da guerrilha, sempre esteve no comando político, enquanto que Jojoy era o máximo chefe militar. Eram dele os projetos de todos os ataques terroristas, como o da base policial de Mitú (onde foram seqüestrados o Major Julián Guevara que faleceu de maus tratos em cativeiro e cujos restos só foram entregue este ano à sua mãe; o intendente Jonh Frank Pinchao que fugiu, entre outros), o do Clube El Nogal, o de Bojayá, onde um cilindro-bomba foi jogado dentro de uma igreja repleta de mulheres, crianças e idosos, cujos corpos ficaram dilacerados e grudados nas paredes do restou da ingreja. Junto com “Romaña”, Jojoy foi um dos fundadores da idéia de seqüestros massivos de personalidades que eles classificavam como “permutáveis”, como militares, policiais e políticos.
Segundo Caracol Radio, especula-se ainda que neste bombardeio também teria morrido “Carlos Antonio Lozada”, que foi chefe da Frente Antonio Nariño, que operava na cidade e que era considerado um dos “cérebros urbanos” das FARC, aguardando confirmação de identificação pelo Instituto de Medicina Legal. Como vocês poderão ver no vídeo que segue abaixo, havia muitos chefes importantes nesse momento no acampamento de Jojoy, onde possivelmente estiveram em reunião para discutir os rumos da guerrilha após o exitoso combate do domingo passado. À medida em que os corpos forem sendo identificados, mais guerrilheiros importantes podem aparecer dentre os mortos e oxalá assim seja.
A morte de Jojoy reveste-se de uma importância capital, considerando não só seu papel no Secretariado, mas por ser a pessoa a quem os comandantes que cuidam dos seqüestrados se reportavam diretamente, uma vez que, como disse mais acima, era ele quem planejava os seqüestros e os atos terroristas. Com seu fim, haverá muitas deserções, não só porque os comandantes ficaram acéfalos não tendo a quem se reportar, como também pelo medo que um bombardeio desse porte provoca. 
Já há tempo a situação estava muito mal para a guerrilheirada pica fumo que chegou a não ter o que comer muitas vezes, conforme relato de desmobilizados. E também não conseguiam se comunicar com seus chefes máximos, que também não conseguiam se comunicar com Jojoy porque, desde o ataque em que morreu o “Negro Acacio”, em dezembro de 2007, ele tinha medo dos bombardeios chegando a afirmar: “De agora em diante vou utilizar o rádio somente para receber e transmitir mensagens curtas, para evitar uma matança”.
Não li ainda, em lugar nenhum, comunicado de presidentes latino-americanos, principalmente do Brasil, Equador e Venezuela, que fingem ser amigos da Colômbia e querer combater o narco-tráfico. Obama felicitou Juan Manuel Santos, que está em Washington, mas Lula, Chávez e Correa devem estar de luto e amaldiçoando os militares e policiais colombianos por mais esta “perda irreparável”. Venezuela e Brasil estão em campanha política mas DUVIDO que este tema seja abordado por qualquer dos candidatos brasileiros, principalmente a terrorista “Wanda”, pois são todos aliados no Foro de São Paulo. Como disse um amigo meu, “quero ver quem o PT vai mandar para o enterro” e quero ver se vai haver “minuto de silêncio” ou comunicado a Alfonso Cano pelo abate deste porco assassino, um dos seres mais sanguinários e trevosos que país algum jamais tenha conhecido.
Meus mais efusivos cumprimentos aos valentes, briosos e cientes de seus papéis como guardiãs da Lei, da Ordem e da Constituição, os guerreiros das Forças de Segurança da Colômbia, heróis da pátria! Que Deus os abençoe muito e sempre, e vele por suas valiosas vidas.
Segue abaixo dois vídeos: o primeiro detalhando como foi a “Operação Sodoma” e o segundo, as primeiras declarações do presidente Santos sobre o ocorrido.  Quero ainda informar que o Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido, meu dileto amigo e companheiro no blog Observatorio brasileño, foi convidado para discutir sobre esta baixa tão importante para a Colômbia no programa da María Elvira, “María Elvira Live”, que vai ao ar hoje às 8 da noite em Miami (hora local). A foto que ilustra a edição de hoje, com a tarjeta de “LIQUIDADO”, foi obra do meu parceiro Alex, o Cavaleiro do Templo”. Fiquem com Deus e até a próxima!
“Operación Sodoma”: Victoria sobre las FARC 






Primeras declaraciones del presidente Juan Manuel Santos







Comentários: G. Salgueiro