segunda-feira, 4 de outubro de 2004

O Notalatina retorna hoje com uma informação extremamente preocupante vinda da Venezuela. No programa “Alô, Presidente” de ontem, Chávez disse que ia comprar 40 helicópteros de combate russos, para colocá-los na fronteira da Venezuela. Acrescentou que ia comprar 50 Migs, também da Rússia. Ocorre que os pilotos e mecânicos venezuelanos não falam russo e é provável que ele use mecânicos e pilotos cubanos em seus novos aviões. Isto seria um perigo para a Colômbia e para o Brasil, países que fazem fronteira com a Venezuela.



O que me preocupa nessa questão é: nossas Forças Armadas estão sabendo disso? Como ficaria a situação do SIVAM e dos militares que fazem a guarda daquelas fronteiras, considerando a estreita relação não só de cordialidade e cooperação diplomática entre dois mandatários de países vizinhos, mas de laços mais fortes que unem o presidente Lula e Chávez, através do Foro de São Paulo e do Eixo do Mal?



Creio que esta informação é muitíssimo grave e penso que nossas autoridades militares deveriam ficar bastante atentas. Com esta gente cubana e venezuelana (leia-se terroristas e agentes do comunismo) não se pode brincar; penso, ainda, que o Brasil está correndo um grande risco. Queira Deus que eu esteja apenas vendo chifres em cabeça de cavalos...



Além dessa nota que me deixou tensa, trago hoje denúncias de maltratos a cubanos (ô povo pra sofrer, meu Deus! Até quando?), um preso que está com a saúde física e mental completa e irreversivelmente deteriorada, fruto da bestialidade do regime assassino do monstro do Caribe, Fidel Castro. Além desta desesperadora nota, há ainda a arbitrária prisão do ativista pacífico René Montes de Oca; para este regime sangrento, quando não há um motivo para prender alguém, eles criam, inventam, falseiam contanto que tenham atrás das grades todos aqueles que expõem as chagas pútridas dos crimes perpetrados por este monstro há 45 anos. Vejam ainda a situação humilhante e criminosa que refugiados cubanos vêm enfrentando nas Bahamas, país que há tempo vem se revelando partidário do castro-comunismo.



Fiquem com Deus e até amanhã!



JULIO CÉSAR MORALES, UM ANO MAIS...

Por Iliana Curra



Há um ano denunciei seu caso em um artigo. Há exatamente um ano... Parece tão pouco tempo, porém não o é. Ao menos para ele, que cumpre atrás das grades frias de um tenebroso cárcere castrista.



Julio César Morales González é seu nome. Nunca o deixarei de mencionar. Converteu-se em uma prioridade entre minhas prioridades. Não me importa que me chamem apaixonada. É possível que o seja. Sobretudo quando se trata de exigir a liberdade de alguém que sofre tanto quanto Julito, como o chamam seus familiares e amigos.



Julio César cumpre neste mês de outubro de 2004, onze anos de encarceramento injusto. Quebrar um cristal de um cinema em sua cidade lhe custou uma conenação de seis anos de privação de liberdade. O valor do cristal era de apenas 35 pesos cubanos e 50 centavos. Pode parecer uma piada essa condenação, mas não é. Porém, nem tudo ficou aí. Os anos na prisão continuaram aumentando. Foi transferido à penitenciária de rigor máximo, Kilo-8 em Camagüey e dois dos chamados “reeducadores” o golpearam de forma brutal para obrigá-lo a que gritasse consignas a favor do ditador. Seus gritos não se fizeram esperar e, com todas as suas forças, gritou “Abaixo Fidel”.



Três anos mais de cárcere foi a resposta, além dos golpes com os pés (pisadas). Também aumentou a repressão. Em Kilo-8 o esperava uma cela do regime especial e teve que sobreviver por muito tempo em isolamento absoluto. Sem água, sem ventilação, sem luz. Com ratos e baratas como companheiros indesejáveis; com todos os insetos e bichos que pernoitam em um lugar chamado cela e, certamente, com golpes sistemáticos. Quem conhece esta prisão de segurança máxima sabe que tudo isto é verdade. Os presos a batizaram com o nome de “Se me perdeu a chave” e a primeira coisa que perdem alí são as esperanças.



Porém Julito conseguiu sair vivo fisicamente, embora sua mente tenha adoecido. Agora padece sérios transtornos nervosos. Deve receber tratamento psiquiátrico, porém a tortura é a melhor resposta dos carcereiros e dos que têm o controle dos presos políticos: a Segurança do Estado. Os mesmos que lhe negaram por anos o acesso a ler a Bíblia; os mesmos que estabeleceram um sistema de maus tratos, tanto físico como psicológico de maneira brutal.



Em 1997 é novamente condenado a três anos mais. Desta vez, foi castigado por escrever consignas contra o tirano Fidel Castro nas paredes de sua cela de castigo. Continuaram os golpes. Continuou a repressão. Porém, o calvário de Julio César ainda não terminou. Já passaram 10 anos de encarceramento e o transladaram para a prisão Provincial de Holguín. O confinam junto a criminosos de altíssima periculosidade, os mesmos que acossam os prisioneiros políticos, o fustigam, o assediam, o ameaçam....



A mãe de Julito também recebe uma carta ameaçadora da parte de presos comuns. Dizem que seu filho pagará muito caro e que ela também. O temor a invade. Teme por seu filho que já sofreu tanto. Denuncia tudo isso na Direção Nacional de Cárceres e Prisões, porém a melhor resposta do regime é sempre o mutismo.



A prisão Provincial de Holguín está abarrotada de delinqüentes comuns. Homens que cumprem longos anos de condenação por assassinato, por invasões de residência com violência, por roubar, por violentar menores... Julio César foi levado a celas onde tem que conviver obrigatoriamente com esses presos comuns. Os mesmo que, para receberem algum tipo de gratificação, são capazes de tudo. Em dezembro do ano de 2002, Julio César foi drogado e posteriormente violentado sexualmente. Três dias depois estava ainda jogado em um catre da cela; três dias mais tarde, ainda não havia recebido atenção médica. Quando o levaram ao hospital, sua saúde era muito delicada.



A quem se responsabiliza por esta violentação sexual? A ninguém. Nunca se soube quem foram. Nunca houve uma investigação, nunca um seguimento às ameaças que lhe fizeram. Uma atrocidade como esta fica impune, porque Julio César é um prisioneiro político em Cuba, em um país onde estar preso, é como estar morto. A mãe de Julito denunciou – mais uma vez – a situação de seu filho. Desta vez, com muita dor, denunciou esta bestialidade cometida contra ele. Responsabilizou à Segurança do Estado por ordená-lo. Porém, em um país onde não existem direitos, não há muito o que fazer.



Entretanto, a saúde de Julito continua em processo de deterioração. Seu corpo, desnutrido, consome-se na prisão. Os medicamentos não lhe são entregues e quando o fazem, são trocados de propósito. Quase morre com uma dor no peito por um comprimido que não lhe correspondia tomar. Não recebe ajuda para melhorar sua saúde mental, pela qual, à medida que o tempo transcorre, piora.



O que se pode fazer? Continuar denunciando sua situação! Muitos não escutam; outros, talvez, ao menos se dão conta de que existe um jovem prisioneiro político que tem sofrido em excesso a repressão e a maldade de um regime que volta-se contra aqueles que se rebelam, contra os que não aceitam pôr-se de joelhos. Julio César Morales González mantém sua dignidade e sua honra. Para denunciar o que lhe fizeram necessita-se de muito valor. Sua condição de homem livre – porque ele é livre por dentro – ninguém pode arrebatá-la!



Ainda confio naqueles que queiram escutar. Nos que puderem também exigir a liberdade deste prisioneiro político que padece os horrores do encarceramento em um país onde se violam os direitos humanos arbitrariamente. Em 23 de outubro ele completa seus 34 anos de idade; também neste mesmo mês de outubro, completa onze anos de prisão.



Só peço a Deus que lhe dê forças para suportar o tormento que vive diariamente. Que lhe dê saúde para que saia vivo deste horror, e que sua liberdade chegue logo, para que possa se curar. E Deus me escutará; estou segura!



CAMPANHA CUBANA PELA LIBERDADE DE PRISIONEIROS DE CONSCIÊNCIA



Fonte: http://www.payolibre.com



CONDENADO RENÉ MONTES DE OCA

Por Marvin Hernández Monzón, de Cuba Press



Havana - René Montes de Oca, secretário geral do Partido Pró Direitos Humanos de Cuba, filiado à Fundação Andrei Sakarov, foi sancionado a 8 meses de privação de liberdade na quarta-feira passada, 29 de setembro, pelo Tribunal Municipal de Camajuaní, localidade da cidade de Villa Clara, no centro de Cuba.



Montes de Oca foi notificado do julgamento na tarde de 24 de setembro, poucas horas depois de solicitar um certificado de sanção do Tribunal de Camajuaní, onde queixou-se do preço do documento, informou Manolo Sarduy, do Movimento Reflexão. René Montes de Oca foi julgado pelo delito de desacato ao Tribunal, e a sentença poderá ser apelada dentro dos dez dias seguintes ao despacho.



As autoridades permitiram a entrada ao julgamento apenas do pai, da mãe, da esposa e de uma irmã do líder opositor, e impediram que conhecidos e dissidentes pacíficos estivessem a menos de 50 metros do lugar. “Parecia que estávamos em estado de sítio pelo deslocamento policial e de agentes do Departamento de Segurança do Estado”, disse Manolo Sarduy, que assegurou haver divisado ao menos dois carros da Polícia Política com chapa da Cidade de Havana.



René Montes de Oca foi conduzido à prisão vilaclarenha, conhecida como “O pré”, onde recolhem aos que esperam julgamento ou confirmação de sentença.



Fonte: www.cubanet.org



BRUTAL GOLPE EM CUBANOS DETIDOS NO CENTRO DE REFUGIADOS DE NASSAU, BAHAMAS



No dia 1º de outubro de 2004, fui chamado por telefone desde o Centro de Detenção de Refugiados de Nassau, nas Bahamas, para informar-nos de que horas antes os guardas do Centro empreenderam golpes contra os cubanos René Mendoza e Jorge Luis Conde, detidos no tal lugar. A agressividade foi tanta, que os agressores tiraram suas pistolas e, apontando-as para suas cabeças, lhes gritaram que os iam matar. Depois de agredí-los diante de todos, os levaram para um quarto isolado onde, segundo eles, costumavam golpear os refugiados. Ao perguntar-lhes qual havia sido o motivo para tal, nos disseram que “nenhum”. “Aqui os guardas não necessitam de motivos para golpear-nos”, acrescentaram.



Isto ocorre três dias depois de eu haver regressado das Bahamas, conjuntamente com Reinaldo García e de haver recebido uma denúncia da parte do grupo dos 7 cubanos ativistas do 30 de Novembro, acerca da terrível situação em que vivem os “reclusos” nesse campo de concentração, como usualmente o chamam. Não havia acabado de transcrever o documento-denúncia que me entregaram pessoalmente, quando recebo esta notícia que nos encheu de consternação.



A chamada foi feita por Frank García Llerena, que chegou no mês passado ao acampamento conjuntamente com mais 6 ativistas do Partido Democrático 30 de Novembro “Frank País”. Eles tiveram que abandonar a Ilha precipitadamente, uma vez que eram procurados pela Segurança do Estado. Agora, em terras supostamente de liberdade, estão surpresos e indignados pelas violações aos direitos humanos que se cometem nesse Centro.



O Comitê de Ajuda aos Ativistas de Direitos Humanos (CAHRA) denuncia todos estes atropelos e pede a todas as organizações cubanas que também o façam. Há que estabelecer contato com os congressistas cubano-americanos e com todos os que se sintam comprometidos com o respeito aos direitos humanos, para fazer as denúncias correspondentes. É necessário que os organismos de direitos humanos dirijam-se ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados do Caribe, paraque faça respeitar os direitos humanos no Centro de Detenção de Refugiados de Nassau, Bahamas.



O governo das Bahamas deve explicar porquê cometem-se estes atropelos sob sua jurisdição e os organismos internacionais de refugiados devem exigir tal explicação.



Luis Israel Abreu

Diretor Executivo

Comitê de Ajuda aos Ativistas de Dereitos Humanos



Fonte: NetforCuba Internacional - www.netforcuba.org



Traduções: G. Salgueiro



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