terça-feira, 29 de junho de 2004

Peço desculpas aos amigos pela não edição de ontem do Notalatina, que estava pronto mas um problema técnico impediu-me de editá-lo.



Nesta edição, duas notas relativas a Cuba: o chamamento de um cubano residente no sul da Flórida, para aqueles que estão contra as medidas que entrarão em vigor em 30 de junho que impedem as viagens de cubanos à ilha, como antes, bem como às remessas que antes eram ilimitadas. Há que se levar em conta que toda esta movimentação de dinheiro, quer seja via remessa de dólares, quer seja viajando para a Ilha, só e sempre beneficiam o sangrento ditador, pois tudo passa pelo caixa do governo. Iludem-se aqueles que pensam que comprar nas lojas dolarizadas beneficia os cidadãos comuns, considerando que estas mesmas lojas pertencem ao governo e, portanto, seus lucros acabam engordando as contas pessoais do tirano.



A outra nota referente a Cuba é um grave alerta de que os castro-comunistas nos Estados Unidos estão ligando insistentemente, como cubanos, à Casa Branca, pedindo a suspensão das novas medidas. Faz-se necessário que a dissidência cubana, que sabe os benefícios que esta lei veio trazer ao povo cubano da ilha, faça um contra-ataque telefonando, também, apoiando tais medidas. O monstro do Caribe está desesperado com isto pois ele sabe, embora hipocritamente viva alardeando aos quatro ventos que “não lhe faz falta alguma” (como fez no início do ano em relação à ajuda que era fornecida pela UE), que esse freio de remessa de dólares irá minguar seu caixa, uma vez que o turismo e as remessas feitas pelos familiares são as aquecedoras da economia cubana.



E para encerrar, um fato violento ocorrido sábado na Argentina, promovido pelos vândalos conhecidos como “piqueteros” e que o comunista presidente Kirchner não admite “que a polícia reprima”, tal e como ocorre aqui com os vândalos do MST e MTST, eufemisticamente apelidados de “movimentos sociais”. Esta gente só tem “direitos”; os deveres ficam para os cidadãos de bem que contribuem com impostos, trabalham e são cumpridores das leis.



CUBA: Olho com o que pedem!



Por: Guillermo I. Martinez



O debate entre os que são favoráveis ao embargo econômico a Cuba e os que estão contra o mesmo, continua em ambos os lados do estreito da Flórida. As pessoas não crêem que as restrições comerciais e que limitar viagens pessoais a Cuba vão conseguir debilitar o regime de Castro, e ajudar os candidatos republicanos a ganhar as eleições em novembro – principalmente, entre eles, o presidente George W. Bush.



Aqueles que pensam o contrário, queixam-se amargamente. Eles dizem que as medidas que entram em vigor em fins deste mês, só prejudicam ao povo cubano que necessita dos remédios, comida, roupa e dinheiro, que lhes mandam seus familiares no exílio. Eles estão seguros de que estas medidas não vão debilitar a Castro, senão a fortalecê-lo.



Esta semana, até mesmo Castro participou da guerra de palavras. O líder cubano advertiu os Estados Unidos – em um discurso lido, para não equivocar-se – que se “Washington continuasse se intrometendo nos assuntos internos de Cuba, o acordo migratório entre ambos os países perigava”. Isso há que interpretar-se como uma ameaça de que Cuba, uma vez mais, está disposta a permitir aos cubanos que abandonem a ilha de forma desordenada.



Castro também instou os cubanos do sul da Flórida a que votassem no Senador John Kerry em novembro, como se seu conselho servisse para algo neste país.



A discussão cresce em tudo, menos em lógica



Ambos os lados esquecem que um eixo crucial nas relações entre Cuba e Estados Unidos são as condições de privilégio com as quais os cubanos entram neste país. Em 1966, o presidente Lyndon B. Jonson assinou a Lei de Ajuste Cubano que permite aos que nasceram na ilha tornarem-se residentes norte-americanos de forma legal, 12 meses depois de haver chegado em território estadunidense. Essa lei foi modificada pelo presidente Bill Clinton, em 1994, ao diferenciar entre os cubanos que chegavam em terra firme norte-americana, os chamados “pés secos”, que mantêm seus privilégios, e os interceptados antes de chegar à costa, os “pés molhados”, que são repatriados para Cuba.



Há que entender que a Lei de Ajuste Cubano é um privilégio que só beneficia cubanos. Os haitianos que fogem da violência e da fome têm que tratar de demonstrar que seriam perseguidos políticos para poder permanecer no país. É uma diferença que todas as administrações norte-americanas têm respeitado porque sempre creram que os cubanos são refugiados políticos. A lei nasceu em plena Guerra Fria e hoje muitos esquecem ou ignoram isto.



Os que protestam pelo direito de visitar seus familiares e mandar-lhes remessas de modo regular, devem recordar os benefícios que vêm com a Lei de Ajuste Cubano. Todos os cubanos que chegam aos Estados Unidos vêm sob sua proteção e o governo americano dá por certo que são refugiados políticos.



Todavia, as pesquisas nos dizem que são estes mesmos cubanos recém-chegados que recorrem aos benefícios da dita lei, os que regressam com maior freqüência a Cuba, os que mandam mais dinheiro, os que protestam mais pelas mudanças recentes. Eles falam de familiares próximos, porém a realidade é que voltam até para ver seus amigos. Vão a Cuba sem tormento e sem se importar que quem tem a chave de ingresso e egresso à ilha é o governo cubano.



A este grupo não importa que Cuba não permita que outros cubanos possam viajar. Tampouco lhes parece mal que tudo o que compram é em lojas de propriedade do governo cubano, e que só enriquecem a este mesmo governo. O que não entendem muitos cubanos – nem sequer os que chegamos antes deles – é que não podemos estar bem com Deus e com o diabo. Não podemos dizer que em Cuba governa um ditador que nos força a abandonar nossa pátria e que nos perseguiria se regressássemos a ela. Não podemos dizer se poucos meses depois de chegar aos Estados Unidos e nos acolher a Lei de Ajuste Cubano, fazemos uma viagenzinha para ver nossos amigos e familiares em Cuba.



Mas atenção, que não falo daqueles casos que necessitam viajar por motivos estritamente humanitários. Há que olhar este assunto com lógica. Não é a mesma coisa ir ver uma mãe gravemente enferma, e os 15 anos de uma sobrinha que vai vestir roupa nova e receber presentes que vêm dos Estados Unidos.



Os que muito protestam devem observar o que pedem



Se continuarem insistindo em viagens abertas e contínuas a Cuba, o próximo passo podia ser o fato de eliminar a Lei de Ajuste Cubano. Isto é, que os que querem viajar para visitar familiares e amigos e mandar-lhes dinheiro de modo regular, não são refugiados e este país não deve dar-lhes a entrada como tal. Eles devem esperar seu turno para vir aos Estados Unidos como faz todo o resto do mundo.



* Guillermo I. Martínez reside no sul da Flórida



Fonte: lavozdecubalibre.com



Aviso importante



Nos comunica um informante de confiança, desde Washington, que a Casa Branca está recebendo diariamente dezenas de chamadas feitas, supostamente, por cubano-americanos protestando contra as medidas que entrarão em vigor em 30 de junho, contra a tirania castrista. Nas chamadas “exigem” que não se ponha em vigor essas medidas e que elas sejam suspensas, como se fez com o complemento da Lei Helms-Burton. É necessário que os que apoiam as medidas contra Castro, o façam constar no mesmo número de telefone, pois existe a possibilidade de que se a Administração estima que a absoluta maioria dos cubano-americanos desaprova a medida, esta seja suspendida tal e como clama desesperadamente o próprio Fidel Castro. O número a chamar na Casa Branca, de segunda à sexta-feira e em horário comercial é: 1-202-456-1111



Fonte: lavozdecubalibre.com



“Piqueteros” tomam a comissaria e bloqueiam ponte na Argentina



BUENOS AIRES, 26 de junho (AP) – Centenas de “piqueteros” mantinham interrompida, no sábado, uma das pontes que une a capital com a província de Buenos Aires, como lembrança dos companheiros assassinados em 2002, enquanto outro grupo tomou uma comissaria usando como desculpa a morte de um manifestante.



O grupo radical de esquerda “desocupados” do Movimento Aníbal Verón, mantém interrompida desde a sexta-feira, a Ponte Puervredón, que une o sul de Buenos Aires com a capital, onde há dois anos morreram dois jovens quando a polícia tentava reprimir outro protesto similar.



A jornada de repúdio contra o governo Kirchner culminará com uma marcha ao Palácio do Governo no qual os manifestantes exigirão vingança pela morte de Maximiliano Kostei e Darío Santillán, cujo suposto executor – um comissário da polícia da cidade de Buenos Aires – ainda não foi condenado.



O escândalo que provocou aquele episódio obrigou o então presidente Eduardo Duhalde a encurtar sua permanência no governo, e a antecipar o chamado às eleições, conseguindo Kirchner ocupar o poder graças a esses eventos. Por sua parte, a organização esquerdista Federación Tierra y Vivienda (FTV), que é liderada pelo piquetero desocupado Luis D’Elía – supostamente aliada ao governo de Néstor Kirchner, - tomou durante a manhã uma comissaria do bairro de La Boca, em protesto pela confusa morte de um militante do setor.



“Assassinaram a um dirigente da FTV da capital, Martín Cisneros, de uns 40 anos... Foi morto por um conhecido traficante de drogas, em cumplicidade com a comissaria. Nós sabíamos que isto ia acontecer”, disse D’Elía à imprensa.



O governo tem-se mostrado preocupado com a atitude do setor “duro” dos piqueteros, aos quais acusa de estar buscando um enfrentamento com as forças de segurança, para provocar desordens e saques no comércio. Nos últimos dias, esses grupos puseram o governo à prova, interrompendo itinerários e pontes e ocupando e saqueando locais de comidas rápidas, e até o vestíbulo de um luxuoso hotel repleto de turistas.



Também ocuparam as cabines de pedágio de várias auto-pistas e se apoderaram das bilheterias de um importante terminal ferroviário, exortando o público a viajar grátis nos trens. Os piqueteros “duros” alegam que suas ações são em respaldo às demandas por mais dinheiro para os desempregados.



O governo de Kirhcner reiterou que não recorrerá à repressão policial para frear os “protestos sociais”, os quais se converterão a qualquer momento em saques e destruição de fábricas e oficinas.



Fonte: lavozdecubalibre.com



Traduções: G. Salgueiro



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