segunda-feira, 17 de maio de 2004

No informativo de ontem eu falei que a Venezuela já estava se tornando “a Cuba da América do Sul”; hoje, as notícias que me chegam dão a medida exata do quanto não me enganei ou estou no caminho certo quando afirmo isso.



A mais recente aberração do ditador Chávez é a da conclamação de toda a população para integrar-se numa grande milícia, ao gosto e ao modo dos CDR cubanos. Em tudo este delinqüente criminoso imita seu mentor caribenho.



É curioso notar como as coisas são feitas (e isto vale também para nós, brasileiros): no ano passado este “senhor” DESARMOU completamente a Guarda Nacional e agora propõe armar TODA A POPULAÇÃO na “defesa do território nacional”. Será que isto não parece com algo que estamos assistindo por aqui? Isto significa que, quem legitimamente deveria portar armas para defender a população fica desarmada, e esta “população” é convocada a integrar-se em uma milícia (armada, com certeza), para “combater o império”. Não sei porquê, mas lembrei-me do MST e a nossa população desarmada sob o tacão de uma lei cretina e criminosa.



A nota inicial fala da quantidade absurda de presídios da maior ilha-cárcere do mundo, Cuba. Meu primeiro artigo escrito para o Mídia Sem Máscara dava conta exatamente disso; os que me conhecem há mais tempo devem estar lembrados.



Infelizmente, o espaço para postagens num blog não é muito grande, pois há uma excelente matéria que fala com detalhes sobre os presídios cubanos, mas aí vai o link para quem tiver interesse em conhecer aquilo que o ministro das Relações Exteriores cubano, Felipe Pérez Roque, tentou esconder na última Comissão de Direitos Humanos de Genebra, ao “denunciar” os “crimes” cometidos contra os afegãos presos em Guantánamo. Uma das regras do comunismo é a seguinte: “sempre acuse seu adversário daquilo que você é, ou pratica”; ele fez direitinho mas esqueceu de informar que Guantánamo é uma cidade e que lá também existem presídios genuinamente cubanos e que o tratamento dado aos presos, sobretudo os políticos, é um dos mais torpes e inumanos do mundo.



O link para o artigo é este: http://www.diarionoticubainternacional.com/InformeSistemaCarcelario.htm



Nos vemos amanhã de novo. Boa leitura!



De 4.000 a 100.000 presos na Ilha



John Rice – Associated Press – Havana



Um importante ativista cubano disse ontem que desde que Fidel Castro chegou ao governo, em 1959, o número de presos se havia incrementado de 4.000 a 100.000, quase 2.500 por cento.





Elizardo Sánchez, da Comissão Independente Cubana de Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional, uma organização “tolerada” pelo Governo de Fidel Castro, apresentou um estudo da evolução do sistema de prisões sob o comunismo.





Sánchez estendeu mapas do sistema de prisões em 1959 e dos de hoje em dia. No primeiro podem-se ver 14 pontos que indicam as prisões que existiam durante a ditadura de Batista. No segundo, vê-se uma constelação de pontos e disse que se tratavam de 200 prisões e campos de detenção e concentração, o que significa que o regime teve que construir 186 prisões adicionais para albergar a todos os opositores.





“O país inteiro é uma enorme prisão”, disse. O ativista acrescentou que Cuba contava com 4.000 prisioneiros em 1956, durante a guerra contra a ditadura, enquanto que atualmente há mais de 100.000, quer dizer, um incremento de 2.500 por cento durante o governo comunista. Dúzias de presos políticos morreram na prisão por falta de atenção médica e maus tratos durante os 45 anos de tirania. Disse ainda que as cifras não eram precisas, porém instou o governo cubano a divulgar as cifras exatas, “uma vez que eles têm o número total”.





Sánchez apontou que vários presos ainda não haviam sido condenados, enquanto que outros permaneciam detidos por condenações tão imprecisas como a de “periculosidade”.





Seu grupo, que o governo de Cuba permite operar embora o denuncie com freqüência, estima que mais de 300 pessoas estejam detidas acusadas de crimes políticos, enquanto que mais de 80 são apontados como “prisioneiros de consciência” no cárcere, por discursos e atividades políticas não violentas. O resto, com acusações variadas, entre as quais encontram-se principalmente as de tentar sair do país sem autorização.





O governo os acusa de serem “mercenários” que estão sob as ordens dos americanos que querem derrotar Castro. O governo não quis pronunciar-se sobre o novo estudo.





Sánchez disse que nas prisões realizam-se torturas psicológicas, como a privação do sono, celas lacradas, escuras, sujas e cheias de insetos, entre outras. Acrescentou que a Cruz Vermelha Internacional não havia inspecionado as prisões cubanas desde 1989, em que fez algumas visitas a lugares preparados previamente pelas autoridades.





A Anistia Internacional, por sua vez, apesar das múltiplas denúncias, tampouco efetuou inspeção de espécie alguma.





Fonte: NetforCuba International - http://www.netforcuba.org





Chávez anunciou o aumento do exército, a compra de material de guerra, bem como a criação de milícias armadas civis, similares às de Fidel Castro em Cuba.



Alfredo Rojas, para EL UNIVERSAL de Caracas





Hugo Chávez completou com uma alocução oficial, na avenida Bolívar, a nutrida convocatória oficialista de ontem contra o paramilitarismo, e proclamou que “cada cidadão deve considerar-se um soldado”, no anúncio de “três linhas estratégicas para começar a dar forma ao conceito de defesa integral da nação”.





Difundiu “o conceito da defesa nacional popular integral” e convocou “o povo venezuelano todo a incorporar-se na defesa nacional”. “Não faço apenas um chamado simbólico ao povo. Como chefe do Estado e comandante-em-chefe da Força Armada já comecei a dar os delineamentos para abrir os canais à participação popular massiva na defesa nacional integral. Só demos alguns primeiros passos organizando a reserva militar, porém isso não é ainda suficiente” explicou, e apontou que “trata-se agora da incorporação massiva do povo venezuelano na defesa integral do território em todas as partes”. “Cada cidadão deve considerar-se um soldado da revolução bolivariana”, assinalou.





Afirmou que já começou a seleção de oficiais da reserva de sua confiança – e mencionou esses militares reformados alegados, inclusive ministros, governadores e deputados –, para que “se incorporem na tarefa de organização popular na defesa do país”, e precisou que “em cada lugar onde haja um grupo de patriotas devem estar se organizando para a defesa”.





Também divulgou, como outra disposição, o aumento dos integrantes da FAN. “Decidi incrementar o contingente militar de tropa em toda a Venezuela, para ter uma Força Armada com maior capacidade operativa e de mobilização, e para isto designei mais de 20 bilhões de bolívares, começando com o Exército e a Guarda Nacional, que são as unidades de terra, em primeiro lugar, porque estamos estudando inclusive a possibilidade de instalar um teatro de operações militares em algumas regiões do interior do território, na região central, por exemplo. Se continuam aparecendo ameaças como estas, pois nós não vamos esperar” revelou, porém esclareceu que não consiste em cair em uma carreira armamentista.





“Se estes paramilitares tivessem saído de sua fazenda, não iam chegar muito longe, porque essa noite nós tínhamos informações de que algo ia ocorrer, tínhamos várias hipóteses e eu ordenei essa noite, do sábado para o domingo, a mobilização de não menos que 5 mil homens percorrendo e patrulhando as ruas, as estradas e as rodovias da Venezuela; não vão nos surpreender” confessou, com a intenção de argumentar que “é necessário fortalecer o componente militar da nação”.





“Se for necessária – isso estamos avaliando – a aquisição de novo material de guerra para que nossos soldados estejam melhor equipados, o faremos em curto prazo, porém vamos fortalecer o componente militar da República”, advertiu.





Além disso, este quadro de recomposição da segurança da nação, baseando-se – indicou – no Título VII da Constituição, e “dada a nova fase anti-imperialista da revolução bolivariana”, compreende uma espécie de controladoria social da Força Armada a partir de “continuar consolidando e aprofundando a união cívico-militar”.





Asseverou que ordenou aos chefes militares que “não tenham contemplação com ninguém – neste momento 6 militares da ativa estão presos no cárcere militar de Ramo Verde – e continuamos investigando no íntimo da FAN, porque estamos dispostos a expulsar qualquer traidor que aí permaneça”





“É necessário estar alerta em todas as partes e aprofundar a união cívico-militar”, invocou. Também avisou que não pretende “ter presos aqui alguns menores de idade”, aludindo aos que foram detidos no caso dos paramilitares e prometeu “levar esses meninos ao Palácio e não livrar ninguém sem que comamos juntos um sorvete Copelia dos que Fidel Castro manda para cá regularmente, que são muito saborosos”.





“O que eu quero é devolvê-los, na presença de representantes do Estado colombiano, a seus familiares, inclusive se quiserem ficar para viver aqui e estudar em uma escola bolivariana, os poremos – são os filhos do povo pobre da Colômbia” – indicou, referindo-se às escolas que doutrinam os jovens seguindo o sistema criado pelos soviets em 1917 e que pôs exitosamente em prática, Castro.





Do mesmo modo como se passou com o povo cubano, o povo venezuelano espera tempos de miséria. Estes planos de militarização massiva consumirão grande parte do orçamento da nação. Os gastos de treinamento e manutenção da tropa do tamanho planejado por Chávez, consumirão milhões de dólares diários. Do mesmo modo que em Cuba nos últimos 45 anos, na Venezuela diminuirão, até cessar, a atenção às necessidades civis. Cessarão as ampliações de aquedutos e de desaguamentos, se estabelecerão racionamentos para os alimentos e as necessidades básicas, e desmoronarão os edifícios por falta de manutenção.





Adicionalmente, uma vez que tenha essa tropa controlando totalmente a vida civil na Venezuela, começará a cuidar de ampliar seu domínio político nas nações americanas, como esteve fazendo Castro depois de consolidar-se no poder em 1961.





Fonte: lavozdecubalibre.com





Tradução: Graça Salgueiro



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