sábado, 2 de novembro de 2002

Hoje eu tinha muitas coisas para falar porque o mundo está em ebulição, sobretudo a Améica Latina, onde todos os olhos estão postos e atentíssimos, como se a eleição de um esquerdista no Brasil significasse, para uns, a salvação e resolução de todos os males e para outros, a esperança de ver reacender com força e vigor um regime caquético, ultrapassado, genocida e sinônimo de atraso e servidão humana onde quer que se tenha estabelecido. Mas não faltará ocasião para falar disso, porque a poeira ainda não assentou.



O que o Notalatina aborda hoje, é o que foi prometido ontem: o desmascaramento da farsa sobre presos políticos em Cuba, que os puxa-sacos do ditador alardeiam não existirem no paraíso carcerário. Se, de fato, eles tivessem razão no que afirmam, de que as penitenciárias cubanas só abrigam delinquentes comuns, isso por si só já seria um fato muito grave e que requeria um estudo de caso, uma vez que, uma ilha cuja dimensão geográfica é menor do que o estado de Pernambuco abrigar 800 presídios, muitos dos quais de segurança máxima, significa que esse é um pais de desajustados e meliantes de toda ordem. É faltar com respeito à população de bem e fazer pouco caso da inteligência alheia.



Mas o que vamos contar hoje é a história do médico Oscar Elías Biscet liberado do cárcere em 31.10, e que, apesar de ter cumprido integralmente sua pena, deixou o cárcere em “liberdade condicional”. Já está mais do que na hora de acabar com tanta mentira; a brincadeira acabou e não tem graça nenhuma gente grande ficar mentido descaradamente desse jeito. Vejam aqui qual a verdade sobre os presos políticos de Cuba.



A LIBERDADE CONDICIONAL DE OSCAR ELÍAS BISCET



Oscar Elías Biscet recuperou sua liberdade e os cubanos de boa vontade estão em festa. Porém, sua liberdade é condicional, apesar de haver cumprido totalmente sua condenação. A polícia política e os empregados da ditadura já fustigam a sua família, ameaçando a todos com represálias, se o patriota cubano reincidir nessa mesma atitude decorosa que o levou ao cárcere. O fustigamento é prévio, para os crimes imaginários contra a santidade revolucionária que possam cometer algum dia. Foram três anos de abusos por fazer um protesto cívico pacífico. O espancamento, o ostracismo político, a renúncia a todo um futuro de bem-estar dentro de sua pátria, porque um dia se lhe ocorrera denunciar as deficiências do sistema de saúde nacional.



Oscar Elías Biscet está em liberdade enquanto guarde silêncio e se resigne à opressão, porém centenas de presos políticos mais, penam nas masmorras castristas por crimes imaginários de um rgime que considera delinqüentes a quantos reclamem publicamente seus direitos e as liberdades fundamentais do povo cubano.



Raúl Rivero nos assinala de Cuba, em um artigo publicado em 31 de outubro no El Nuevo Herald, o calvário de algumas dessas centenas de cubanos mal tratados pela injustiça oficial. Como Juan Carlos González Leiva que é um cego torturado e golpeado na unidade de operações da Segurança do Estado de Holguín, acusado absurdamente de “periculosidade” e sedição. Outros nove integrantes de uma fundação de direitos humanos que operava em Ciego de Ávila, estão há sete meses na prisão política, sem que se lhes defina a acusação nem lhes submeta a julgamento. Um grupo de 26 opositores detidos na capital cubana em fevereiro passado, acabam de pôr fim a uma greve de fome infrutuosa que se prolongou por mais de 40 dias, em que pese “não termos cometido delito algum e durante oito meses de encarceramento não pudemos falar com um advogado, nem nos apresentaram ante nenhum tribunal de justiça”.



Cada dia que passa em greve de fome, encurta-se de maneira alarmante a vida do prisioneiro de consciência cubano LEONARDO BRUZÓN ÁVILA, que está levando a cabo um extraordinário ato de desobediência civil e de resistência pacífica, com um jejum que já transcorreu por mais de dois meses.



Bernardo Arévalo Padrón está preso desde 1997 em Ariza, com a saúde abalada, sem cuidados médicos e açoitado e agredido frequentemente pelos presos comuns, com os quais o misturaram. Mais agressões e golpes se reportam contra o líder estudantil Néstor Rodríguez Lobaina, recluso em outra unidade da cidade de Holguín. Luis Pérez Antúnez é outro que está a longos anos em prisão política, desde 1992, sem que seu caso tenha perspectiva alguma de solução imediata. E Francisco Chaviano, em Havana, conta os dias de 15 longos anos de calabouço injusto que não parecem ter fim.



Estes e centenas de casos mais se conhecem, graças ao trabalho valente e minucioso de ativistas de direitos humanos e de jornalistas independentes (declarados ilegais pelo oficialismo repressivo) que arriscam-se para averiguar os pormenores a fim de que as denúncias sejam comprováveis e fidedignas. O governo cubano trata de ocultar todos estes desmandos e consegue que muitos fiquem na sombra, porém não pode tapar o sol com a peneira. Não há jornalista oficialista em Cuba que se atreva sequer a visitar alguns desses presos e escrever uma reportagem sobre suas condições carcerárias. Não há um que questione a legalidade dos julgamentos ou, pior inda, das prolongadas detenções sem julgamento. Os jornalistas estrangeiros creditados em Cuba, raras vezes tampouco dão importância a essas denúncias e não se atrevem a desenvolver investigações jornalísticas, pois lhes retirariam a permissão de permanecer na ilha. A CNN se faz cúmplice, divulgando somente as “versões” oficiais; outros se atrevem às vezes a mencionar algum fato denunciado por seus colegas cubanos , alguns mais, como Bárbara Walters, que entrevista o tirano e, quando consegue pô-lo em apuros com alguma pergunta incisiva, o deixa bondosamente sair pela tangente sem confrontar-lhe os fatos de seus abusos.



Esta conspiração do silêncio é vergonhosa. O exemplo que dão os patriotas cubanos em seu trabalho de investigação e denúncia dos desmandos do regime é enaltecedor.



Gerardo E. Martinez-Solanas

Fonte: La Voz de Cuba Libre – www.lavozdecubalibre.com



sexta-feira, 1 de novembro de 2002

A imprensa nacional e cubana, de comum acordo, vivem espalhando que na Ilha do Dr. Castro não existem presos políticos, mas sim, presos por delitos comuns. Agora chega de tanta mentira.



Para provar o que afirmo, além de estar muito feliz com a liberação ocorrida ontem do preso de consciência Oscar Biscet, apresento algumas histórias dessas criaturas que, além de serem aviltadas em sua dignidade, são tomados como marginais comuns. Se eu fosse listar aqui todos os casos de que se tem conhecimento, certamente ultrapassaria o número de laudas permitido.



Amanhã o Notalatina conta mais sobre a situação dos presos políticos, bem como sobre a “liberdade condicional” (mesmo tendo cumprido a pena completa) do médico Oscar Elías Biscet.



A FEPEC UNE-SE AO CHAMADO EM FAVOR DO PRESO POLÍTICO LEONARDO BRUZÓN ÁVILA



HAVANA, 25 de outubro (Fara Armenteros, UPECI – www.cubanet.org) – A Federação de Jornalistas Cubanos (FEPEC), instituição gremial que agrupa quase a metade dos jornalistas independentes da ilha, uniu-se ao chamado dos familiares do preso político Leonardo Miguel Bruzón Ávila e do Comitê de Mães de Presos Políticos “Leonor Pérez” para salvar a vida deste prisioneiro, que se encontra em estado grave.



A vida de Bruzón corre perigo, asseguram seus familiares, enquanto alguns médicos consideram que a greve de fome de 43 dias que este preso político efetuou reclamando sua liberdade e em protesto por haver sido encarcerado sem cometer delito algum, pode ter-lhe ocasionado danos irreversíveis ao organismo.



Bruzón, que é presidente do Movimento de Direitos Humanos 24 de Fevereiro, reclama que as autoridades cubanas esclareçam sua situação legal, pois está há oito meses encarcerado e não é julgado nem sabe sobre quê vem sendo acusado.



O ativista foi detido em 23 de fevereiro do presente ano pela polícia política, para impedir que a organização que dirige comemorasse outro aniversário da derrubada dos aviões de “Irmãos no Resgate”, em 24 de fevereiro de 1996, por aviões de guerra do governo cubano.



A FEPEC reclama a liberação de Leonardo Miguel Bruzón Ávila, assim como a dos jornalistas independentes Carlos Alberto Domínguez, Léxter Téllez Castro, Carlos Brizuela Yera e Bernardo Arévalo Padrón, encarcerados em diferentes penitenciárias do país, em flagrante violação do direito à liberdade de expressão, primeira condição do ser humano.



ATIVISTA DENUNCIA QUE FOI TORTURADO PELA POLÍCIA POLÍTICA CUBANA



PLACETAS, 25 de outubro (Maria Elena Alpízar, Grupo Decoro – www.cubanet.org) – O ativista do Movimento Cristão Liberação, Eduardo Luis Cepeda Álvarez, denunciou que agentes do Departamento de Segurança do Estado (DSE ou G-2) lhe aplicaram diversas torturas quando o prenderam em 13 de outubro último.



Cepeda, de 34 anos e residente em Sancti Spíritus, foi detido ao meio-dia no parque Serafin Sánchez por três agentes do DSE. Os policiais o golpearam na cabeça enquanto o introduziam em um automóvel branco marca Lada, de fabricação russa, do qual não se pode confirmar o número da placa.



O condiziram à delegacia policial localizada na rua Julio Antonio Mella, entre San Luis e San Carlos, onde lhe tomaram uma planilha de apoio ao Projeto Varela assinada por quatro pessoas e o insultaram chamando-o de: “Negro macaco”, Negro sujo”, Negro contra-revolucionário” e “Negro de merda”.



Depois das agressões verbais, Cepeda foi encarcerado em um calabouço onde o torturaram negando-lhe alimentos e água, e o prendiam à grade do local, cada vez que o resto dos detidos lhe dessem de comer e beber.



Às duas da tarde do dia seguinte, 14 de outubro, Cepeda foi liberado após receber ameaças de que sua esposa e seu filho de três anos seriam os próximos brancos das represálias do DSE, se ele não deixasse de opor-se ao governo de Cuba.



O ativista não pode identificar os oficiais que o torturaram porque diante dele só se comunicaram entre si pelo grau militar.



Cepeda reside na rua Agramonte 254 entre Calixto García e Don Pedro León, em Sancti Spíritus, segundo confirmou Blas Giraldo Reyes, delegado do Ex Club Cativo, nessa localidade.



CONDENAM ATIVISTA QUE PERGUNTOU PELA SITUAÇÃO LEGAL DE SEU IRMÃO



GÜINES, 28 de outubro (José Izquierdo, Grupo Decoro – www.cubanet.org) – Rogelio Ramos Prado, ativista da Comissão Cuba e residente em Güines, povoado localizado na província Havana, foi golpeado por cinco policiais, acusado de desacato e condenado em um julgamento sumário a 18 meses de reclusão, após perguntar pela situação legal de seu irmão.



Ramos, de 40 anos, se apresentou em 15 de outubro na delegacia municipal da polícial, para indagar sobre a situação legal de seu irmão, preso porque encontraram com ele uma quantidade não precisada de carne de boi. Ao perguntar ao sargento Melín sobre o assunto, o oficial insultou o ativista e produziu-se uma briga verbal que terminou quando cinco agentes agrediram fisicamente Ramos.



Depois da surra, Ramos foi preso e no dia seguinte julgado no Tribunal Municipal Popular de Güines, por haver supostamente desacatado a autoridade.



O tribunal determinou que Ramos cumpra o ano e meio de privação de liberdade na penitenciária de maior rigor de Quivicán, também situada na província de Havana, segundo confirmou Raudel Mirabal, porta-voz da Comissão Cuba.



Mirabal disse que desde que começou o ano, o governo de Cuba prendeu muito mais dissidentes e repórteres alternativos que em anos anteriores, procedimento que tem sido criticado por organismos internacionais que defendem os direitos humanos e a liberdade de imprensa.



Todas essas informações foram transmitidas por telefone, já que em Cuba o cidadão comum não tem acesso à Internet. As fontes de informações dessa edição foram recebidas de CubaNet – www.cubanet.org



Por problemas de ordem técnica, a edição do Notalatina de ontem está sendo publicada agora, dia 01 de novembro. A edição de hoje sairá (espero) logo mais à noite.



O Notalatina traz mais denúncias sobre Cuba, uma das quais, revela a mentira acerca da não obrigatoriedade do voto. Tudo é falso: a eleição, os candidatos e a opção de votar ou não.



Outra denúncia é sobre a mentira com relação à saúde. Ontem denunciamos a precariedade inconcebível dos hospitais que servem a população cubana comum e hoje, damos o exemplos através de casos comprovados. Mostramos ainda, nessa edição, como a Ilha trata seus cidadãos, proibindo-os o acesso a determinados lugares, para “não chocar os turistas” com a fealdade da miséria em que vive seu povo.



VOTAR OU SER DEMITIDO



Rafael Ferro Salas, Grupo de Trabalho Decoro – Pinar del Río, outubro (www.cubanet.org)



Eleições em Cuba. Começa o circo. Levanta-se a empanada. Quem exerce o voto nas convocadas e cacarejadas eleições? Quem são os candidatos propostos nessas eleições oficiais? Cada cubano sabe a resposta. Cada cubano sabe a quê se arrisca, se não vota. O clamor popular expõe as respostas: a estas eleições foram os obrigados de sempre. Os temerosos de perder dádivas e privilégios outorgados pelos que mandam na Ilha. Quem são os chamados “identificados com o regime”? Se incluem na lista os seletos trabalhadores de corporações e tendas “dolarizadas”. Foram às urnas. Sabiam o que perdiam se não o fizessem. Foram às urnas os dirigentes de dupla moral, os acomodados de sempre, os chamados a fustigar os que se negam à farsa convocada. Acudiram às urnas os obrigados, os que representam como povo os habitantes do segundo país com maior população desnutrida (segundo informe recente da FAO).



Por que foram às urnas os homens e as mulheres do povo? Foram temerosos de perder os empregos pouco remunerados que têm. Estes desnutridos com medo de perder o pouco dinheiro que ganham e deixam nos mercados estatais em umas poucas compras.



Exerceram o voto no quarteirão, os possuidores de algum ou outro negócio privado, advertidos de antemão sobre o que podem perder ou deixar de ganhar se não votarem. Interminável seria a lista na intenção de mostrar um reflexo da realidade vivida. Em resumo, às eleições do domingo acudiu como votante a dupla moral. De um lado, os cubanos que apenas sobrevivem. Do outro, os sugadores do suor público, metidos em seus gabinetes refrigerados, rodando pelas ruas em automóveis de último modelo.

Quem eram os candidatos nessas eleições? Os desconhecidos de sempre. Os oficialistas eleitos, os militantes que integram o mesmo comparsa de duas caras. Os que não resolveram nada por temor de perder os privilégios. Os que não viram nem verão nunca, os rostos de seus obrigados eleitores.



Eleições cubanas. Início do grande circo. Levanta-se a empanada. Não foi um domingo como outro qualquer. Rondou o medo nas ruas. Os que marcaram a cruz, a refletiram também em sua existência encurralada. Uma farsa que o mundo deve conhecer. Um distintivo de grilete: votar, ou ser demitido.



HOSPITAL MUNICIPAL DE SAGUA DE TÁNAMO SEM FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS



HOLGUÍN, 29 de outubro (Juan Carlos Garcell, APLO – www.cubanet.org) – Os especialistas do Hospital Municipal de Sagua de Tánamo “Juan Paz Camelo”, localizado na província Holguín, não recebem algodão nem papel para operar o aparelho de fazer eletrocardiogramas. Em uma jovem de 15 anos que fraturou um dos ossos de um pé, em 24 de outubro, não puderam reduzir-lhe a fratura, nem imobilizar-lhe a extremidade com gesso, até que seu pai tivesse trazido a quantidade de algodão que se colca antes de pôr o gesso. O homem teve que sair e conseguir o algodão por seus próprios meios, embora não tenha revelado onde nem como conseguiu. Por temor a represálias, tampouco quis que revelassem sua identidade nem a de sua filha.



Nesse mesmo dia, Francisco Ferrer Columbié, de 68 anos, a quem deviam fazer uma intervenção cirúrgica de uma hérnia, não puderam fazer-lhe o eletrocardiograma indicado porque não há papel para o aparelho onde se efetua essa prova diagnóstica. Ferrer reside na rua Moncada, nº 5, em Sagua de Tánamo. Muitos habitantes do município Sagua de Tánamo desconfiam dos sistema de saúde nesta região oriental de Cuba, devido a que não se entregam às instituições os insumos necessários.



DETÊM UM ANCIÃO POR RECOLHER FEIJÕES SILVESTRES



HAVANA, 29 de outubro (Reinaldo Cosano Alén – www.cubanet.org) – Agentes da polícia cubana detiveram o ancião de setenta anos, Carmelo Toledo López, por recolher feijões silvestres na praia Santa Maria del Mar, localizado no município Havana do Leste da capital. Informou Miriam Medernás, vizinha de Toledo.



”Candela”, apelido do ancião aposentado, foi conduzido em um carro patrulha à delegacia de Guanabo, localidade em que reside, onde registraram uma ocorrência de advertência, na qual expressa que ele se comprometeu a não recolher nem feijão, nem coisa alguma das praias do leste havanero, sob pena de ser internado vários anos em uma granja agrícola de trabalho correcional. “É um abuso”, assinalou a senhora Medernás. “Candela’ é um homem pacífico, muito querido por todos. Tinha o trabalho de caminhar vários kilômetros para recolher as vagens de onde extraía os feijões, os secava, os tostava e os moía para juntá-los com a escassa cota de café que vendem em Cuba, porque a pensão por aposentadoria não chega nem para comer”. O tipo de feijão que Toledo recolhia é chamado comunmente em Cuba de “nescafé”, numa evidente alusão a essa marca de café instantâneo.



O governo cubano vende a cada cidadão uma cota fixa mensal de quatro onças de café misturado com sobra de trigo, ou ervilhas. Como esta quantidade não é suficiente para cobrir as necessidades do mês, muitas pessoas aumentam essa mistura com algum grão tostado e moído, como fazia Toledo. A proibição da polícia se funda, segundo expressaram a Toledo, em que recolher frutos silvestres ou vasilhas abandonadas em áreas frequentadas por turistas estrangeiros, como as praias do leste de Havana, poderia dar muito má impressão a tais turistas.



O café é a bebida não elevada preferida tradicionalmente pela população de Cuba, um dos principais países exportadores desse grão desde a época colonial. Porém, hoje em dia a produção cafeeira é uma ruína. Não obstante, nos comércios dolarizados pode-se comprar qualquer quantidade de café puro, porém a preços impagáveis para o cubano comum, cujo salário mínimo mensal é inferior aos dez dólares.



Todas essas informações foram passadas por telefone, já que em Cuba não é permitido ao cidadão comum o acesso à Internet, através do CubaNet e enviadas por La Voz de Cuba Libre (www.lavozdecubalibre.com)



quinta-feira, 31 de outubro de 2002

O Notalaina faz hoje duas denúncias graves sobre Cuba. A primeira delas é em relação à Saúde, que o ditador faz questão de alardear ao mundo sua excelência e a segunda, revela uma face cruel, que é a exploração do trabalho infantil, em condições inumanas.



Isso é um alerta para as pessoas que ainda acreditam nas histórias contadas pelos adoradores da ilha do Dr. Castro, pois o que acontece de fato com os cubanos escravizados lá, jornal nenhum revela, petista nenhum admite, ou melhor, todos fazem questão de omitir e mentir, descaradamente. De fato, há muitas coisas boas na ilha, entretanto, seus habitantes e legítimos donos não têm o direito de usufruir de quase nada, posto serem alí, apenas escravos.



É notável perceber a gritaria e o esperneio de certas correntes políticas e de ONGs brasileiras, no tocante ao trabalho infantil tão veementemente condenado, entretanto, a ilha-cárcere faz isso e muito pior, porque é oficial e obrigatório para todos, e no entanto, ninguém se atreve a criticar ou denunciar. Devia haver um pouco mais de coerência...



HAVANA 30 de outubro – (Serviço Especial)



Os hospitais em que se atende a população civil carecem de medicamentos, instrumental cirúrgico e inclusive roupa limpa para as camas dos hospitalizados. Jornalistas independentes nos informaram de casos em que os familiares dos pacientes têm que levar lençol, travesseiros, balde para água e sabonete. Esse é o quadro geral em todos os hospitais da ilha, com exceção, é claro, dos hospitais que pertecem ao Turismo de Saúde para estrangeiros, em troca de dólares.



A Agricultura está em uma situação tal que, como informamos várias vezes, os hotéis têm que importar as frutas tropicais que os turistas pedem, da República Dominicana e os legumes frescos para as saladas, na República do México.



Todavia, o jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba informa hoje que acabam de assinar um acordo de colaboração com o Governo de Antigua e Barbuda, para a construção de um hospital, assim como para ajuda na agricultura.



Disse o Granma:



”Marta Lomas, ministra para o Investimento Estrangeiro e a Colaboração Econômica e Colin Murdoch, secretário permanente do Ministério de Relçaões Esteriores e embaixador de Antigua e Barbuda em Cuba, assinaram a ata com os acordos de cooperação estabelecidos durante a IV Sessão da Comissão Mista Intergovernamental.



Em breves declarações à imprensa, Lomas assinalou que durante dois dias se passou em revista todos os temas vinculados às áreas de colaboração, e se acordou o programa de trabalho para os próximos anos.



Continuaremos trabalhando nos temas de saúde, vinculado com a conclusão de um novo hospital em Antigua e Barbuda, e reativar a cooperação na área da agricultura.



Também referiu a Ministra que durante a reunião foram revisados os temas multilaterais e os acordos de CARICOM, os trabalhos do grupo ACP.



Nesse sentido, destacou o trabalho da brigada médica cubana em Barbuda. ‘É um trabalho importante e temos pedido uma extenção para que os médicos continuem sua labuta em nosso país’, enfatizou”



Fonte: www.lavozdecubalibre.com



GOVERNO OBRIGA MENORES DE IDADE A TRABALHAR



Não entregam roupa nem sapatos a menores que recolhem café em Holguín



HOLGUÍN, 29 de outubro (Juan Carlos Garcell, APLO – www.cubanet.org) – Mais de dois mil menores de idade que estudam nas escolas situadas nos municípios de Sagua de Tánamo, Frank País, Moa e Holguín, na província de mesmo nome, deverão trabalhar na safra cafeeira sem sapatos e roupa de trabalho. Desde setembro já há alunos que recolhem café como parte da chamada “escola de campo”, que obriga os estudantes a trabalhar entre 30 a 45 dias em diversas tarefas agrícolas. Durante esse tempo, os estudantes são colocados em albergues com precárias condições, longe de suas casas. Segundo testemunhos de alguns pais desses alunos, que pediram para não serem identificados, funcionários da Direção Municipal de Educação de Holguín reuniram-se com eles, nas diferentes escolas da região, para informar-lhes que não podiam fornecer aos menores nem roupa, nem sapatos, nem chapéu, nem outros meios necessários para desempenhar esse trabalho agrícola.



Além disso, os funcionários advertiram aos desgostosos pais que tampouco podiam providenciar os veículos para que visitem seus filhos e lhes levem alimentos para suplementar a escassa alimentação que recebem nos albergues, como tinham feito em anos anteriores, porque não têm combustível suficiente para isso.



Segundo os representantes do governo local, os estudantes são a força mais produtiva da safra cafeeira. Muitos dos pais assinalaram que seus filhos assistem as aulas com sapatos furados porque os baixos salários que eles recebem não lhes permitem comprar sapatos nas tendas dolarizadas, ou que vendem em pesos porém a preços muito altos. Todavia, nenhum pai se negou a mandar seu filho à “escola de campo” porque se o menor não participa dessa etapa de trabalhos agrícolas, não poderá ascender a estudos superiores.*



*Vale salientar aqui, que a maioria dessas crianças que são encaminhadas para essa “escola de campo” são filhos de opositores ao regime, e são mandadas como represália pelo comportamento “rebelde” de seus pais. Qualquer semelhança com campo de concentração, onde havia trabalhos forçados, não é mera coincidência, mas fonte de inspiração e concordância com o sistema. (Notalatina)



Esta informação foi transmitida por telefone, já que o governo de Cuba não permite ao cidadão cubano acesso privado à Internet.



CubaNet não reclama exclusividade de seus colaboradores, e autoriza a reprodução deste material, desde que se lhe reconheça como fonte.



Fonte: www.cubanet.org



terça-feira, 29 de outubro de 2002

O Notalatina volta hoje com mais um artigo do Carlos Reis, mas não podia deixar de publicar, também, uma nota de felicitações muito especial dirigida ao “presidente das multidões”, sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Descubra a quem nos referimos, após o artigo do Carlos.



GASES PARALISANTES E NEUROTÓXICOS



28/10/2002 (the day after)



Revelada a platéia, o que se viu foram 160 mortos cianóticos, com o cérebro anestesiado e intoxicado. Ainda não se sabe que gás foi aquele no teatro de Moscou. Conhece-se bem, e conhecer-se-á cada vez mais agora, quem o lançou sobre centenas de pessoas, boas e ruins, confinadas em um espaço acanhado.



Essa verdade veio ao lume ontem, 27 de outubro de 2002, na mesma data que um outro gás, lançado há muitos anos em um espaço continental por mentes semelhantes àquela responsável pelo teatrocídio de Moscou, e infinitamente mais deletério pois que mata muito mais, e aos poucos, começará a dar resultados semelhantes não contra 160 pessoas, mas em 175 milhões de pessoas boas e ruins.



O gás brasileiro, no entanto, está desde o século passado perfeitamente identificado. É o mesmo que foi usado no Cambodja, na União Soviética, na China, e em vários outros lugares. Ainda hoje é usado em Cuba. Ele é insidioso e tem o mesmo comportamento de seus agentes que, por sua vez, são por demais conhecidos; são embotadores profissionais do sistema nervoso central e paralisantes neurotóxicos. Quem os inala fica com a mente destruída e incapaz de qualquer reação à ação dos agentes. Não espanta que esse gás seja proibido no mundo civilizado e amante da liberdade de ir e vir.



Em ambos os casos a morte asfíxica e dolorosa apenas diferencia-se pela brevidade dos estertores. As rápidas mortes no teatro russo, certamente foram cuidadosamente planejadas em cálculos racionais, feitos para diminuir ao máximo "danos colaterais". O gás brasileiro também. Mas difere daquele usado no teatro russo, por produzir muito mais vítimas "colaterais" do que as realmente pretendidas. O gás atinge a todos e, além disso, os efeitos se transmitem às gerações.



No caso russo o "dano colateral" foi calculado em 8%, um número razoável na cabeça de "negociadores hábeis". Mas ontem, dia 27 de outubro, se descobriu que as baixas tinham sido mais uma vez, subdimensionadas, eram mais do que 8%. Digno de nota foi o epíteto elogioso de "negociador hábil", dado ao Putin pela unidade asimoviana II, aquela do Jornal da Globo na edição de 25/10, quando a âncora eletrônica global soube que o próprio tinha sido (?) um agente da KGB. Na memória daquela inteligência eletrônica, espiões soviéticos são "negociadores hábeis". Diante disso não nos deverá admirar então o cálculo que estão fazendo para nós por aqui.

Quem sobreviver saberá dizer qual será o número de baixas permissíveis no matadouro socialista que o povo brasileiro chancelou ontem, dia 27 de outubro de 2002. O representante-gerente do matadouro é um "hábil negociador político" que já prometeu, para nos tranqüilizar, que "porá todo o mundo em volta de uma mesa de negociações". Estamos ralados com esse vladimir! Vou botar uma loja de máscaras anti-gases já!



Carlos Reis



EPISCOPADO BRASILEIRO FELICITA “LULA” E AUGURA MASSIVO ESFORÇO CONTRA A POBREZA



RIO DE JANEIRO, 29 de out. 2002 (ACI) – A Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB), enviou uma felicitação oficial ao novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na qual os bispos auguram um esforço especial de paricipação e co-responsabilidade.



A carta, assinada pelo Secretário Geral da CNBB, Mons. Raimundo Damasceno de Assis, em nome de todo o episcopado, disse textualmente:



”A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – alegra-se com a vitória das urnas, consagrando-o novo Presidente da República.



A esperança dos novos tempos nos convoca a todos a um grande esforço ao serviço do povo brasileiro, com participação e co-responsabilidade.



Que Deus ilumine os passos e as decisões de Sua Excelência”.



Obs. Não se poderia esperar outra reação de uma instituição que esteve o tempo todo de sua existência, de mãos dadas com o comunismo e que fez durante toda a campanha eleitoral, uma militância aguerrida em pregações nas igrejas, artigos divulgados na mídia e em seu site na Internet. A vitória é, pois, deles também!



segunda-feira, 28 de outubro de 2002

O Notalatina hoje mostra a repercussão que teve a vitória do “ungido”, sobretudo em países especialmente caros ao Foro de São Paulo, como Venezuela, Nicarágua e Cuba. Cumpre-se o combinado e três desses países membros não escondem sua alegria.



Cuba está representada numa matéria publicada em seu jornal oficial, o “Granma”, entretanto, o tirano do Caribe não se pronunciou. Isso evidencia ainda mais as suspeitas de que ele encontra-se hospitalizado na Ilha Margarita, na Venezuela, pois seria de se supor, no mínimo um telefonema de congratulações ao eleito, pois essa vitória lhe pertence mais do que a qualquer outro. Seu silêncio, nesse momento, portanto, soa mais que eloqüente...



CHÁVEZ FELICITA E DESEJA SORTE A LULA DA SILVA



O presidente da República, Hugo Chávez, desejou hoje, domingo, “toda a sorte do mundo” ao esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, que segundo sondagens de boca de urna acabou eleito no segundo turno como presidente do Brasil, com 63% dos votos.



”Daqui lhe faço chegar em nome de todo o povo da Venezuela esta mão, este coração, esta fé”, manifestou Chávez em seu programa semanal de rádio “Alô Presidente”, ao dar por certa a vitória do candidato esquerdista baseado nas informações enviadas da embaixada da Venezuela no Brasil.



Chávez teve palavras de elogio para o governante do Brasil que sai, Fernando Henrique Cardoso, a quem agradeceu seu “cavalheirismo e apoio irrestrito a esta Venezuela revolucionária”.



O governante venezuelano pediu “a Deus por Lula, pelo Brasil e pela integração de nossos povos, porque juntos fomos chamados a impulsionar esperanças”.



Fonte: Unión Radio



LULA CONVIDA LÍDER DA FRENTE SANDINISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL PARA A POSSE



O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, convidou o líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua, Daniel Ortega, para sua posse, informou hoje uma fonte política.



O porta-voz da FSLN, Freddy García, informou hoje à EFE que Ortega se comunicou por telefone ontem, domingo, com Lula, para felicitá-lo por sua vitória “em nome do povo da Nicarágua e do partido Sandinista”.



García disse que ”ambos os dirigentes ratificaram as firmes e fraternas relações entre o Partido dos Trabalhadores do Brasil e a FSLN da Nicarágua”.



O porta-voz disse ainda que o presidente eleito do Brasil aproveitou para convidar Ortega para sua posse, em janeiro de 2003.



Ortega ressaltou a importância que esta vitória de Lula, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, tem para os povos da América Latina e Caribe, disse García.



O líder sandinista expressou a Lula o “júbilo” com que a FSLN e o povo nicaraguense receberam a notícia de sua vitória eleitoral, assegurou o porta-voz.



Diversos setores da esquerda, majoritariamente sandinistas, comemoraram a vitória do candidato socialista brasileiro ontem à noite, com uma festa popular no centro de Manágua, capital do país.



Fonte: EFE



LULA, PRESIDENTE



27 de outubro, um dia para celebrar



Nidia Díaz



O que todos esperávamos tornou-se realidade: Lula se lançou definitivamente com a vitória no segundo turno eleitoral, ao ser confirmado como o novo presidente do Brasil.



A outros, o fracasso de três tentativas anteriores (1989, 1994 e 1998) os haveria feito desistir de suas aspirações presidenciais, porém não Lula, que soube sempre que a luta seria longa e que só unindo vontades e somando forças poderia construir um Brasil para todos.



Assim foi sempre, desde que se assentou em São Bernardo do Campo, se fez operário metalúrgico e se incorporou em 1967 ao sindicato do setor, resultando eleito oito anos mais tarde à presidência do mesmo.



Com esse espírito perseverante de vir desde baixo, Lula conseguiu ontem a vitória para converter-se no primeiro presidente de origem operária do Brasil e América Latina, o qual faz deste 27 de outubro um dia para celebrar.



Em primeiro de janeiro próximo se produzirá a passagem do mandato presidencial. Serão os 65 dias iniciais de um período não extinto de perigos e de confusões. Não faltarão aqueles, desde dentro e desde fora, que tentarão tornar insustentável a situação interna deste Brasil afundado em uma profunda crise econômica, com o objetivo, como adiantaram alguns analistas, de “condicionar e domesticar” Lula.



O novo presidente, que não se envergonha por ser amigo de Cuba e opositor do neoliberalismo, disse que trabalhará para reverter a enorme dívida social acumulada com o povo.



Emprego, moradia, saúde e educação, formam parte de seu programa, que sendo o mínimo a que aspira o povo, será o máximo que poderá fazer, dadas a situação econômica interna, as estruturas políticas do sistema e as ataduras aos organismos financeiros internacionais, cujos compromissos aceitou honrar.



Nesse empenho, tem a seu favor, o fato de que sua candidatura e programa formaram um bloco histórico de caráter nacional, que soma não só aos setores despossuídos da sociedade, como também a parte do empresariado local, ao que as políticas desnacionalizadoras e de compromisso com os Estados Unidos fez voltarem-se para o PT, como opção de futuro.



Uma fissura se abriu ao neoliberalismo, embora toque a este novo Governo administrar a bancarrota de um modelo em crise. Inteligência, audácia e apego aos princípios poderão ser os ingredientes para que esta oportunidade que se deu aos brasileiros nas urnas, resulte em benefício de todos.



Fonte: Granma



Obs. Todos os grifos contidos na edição de hoje, são meus. (Notalatina)



domingo, 27 de outubro de 2002

Hoje o Notalatina traz duas notícias de Cuba, a primeira das quais, desmente informação divulgada ontem, de Havana para o jornal Estadão, de que as pessoas não são obrigadas a votar, nem sofrem qualquer penalidade se não quiserem cumprir com esse “dever cívico”. Apesar de não haver na Constituição cubana a obrigatoriedade do voto, os fiéis servos do senhor, os CDR, têm que, dentre outras funções, delatar aqueles que não atendem ao chamado. É por isso que o índice de abstenção é tão pequeno (essa do dia 20 teve 95% de votantes).



A segunda notícia, mostra que, além da doutrinação marxista ministrada nas escolas, crianças em idade pré-escolar, recebem aulas de tiro. Isso mesmo, tiro de fuzil, para adestrar os futuros guerrilheiros; será que isso não é uma prática criminosa?



POLÍCIA POLÍTICA CASTIGA OPOSITOR POR NEGAR-SE A VOTAR



HAVANA, 21 de outubro (Reinaldo Cosano Alén) – Alberto Hernández Suárez, vice-presidente da União de Jovens Democráticos de Cuba, organização afiliada à Coalizão Democrática Cubana, foi acossado pela polícia política porque não votou nas eleições deste 20 de outubro.



Dois membros da Comissão Eleitoral de Candelaria, povoado onde reside Hernández, na provícia de Pinar del Río, se apresentaram na residência do ativista para que este fosse às urnas votar, porém ele negou-se a ir.



”Disse aos funcionários que eu não voto porque não tenho confiança, nem esperanças, que quem seja eleito tenha condições, nem possibilidades para solucionar os problemas do país”, expressou Hernández. “Além disso, não vou às eleições porque não estou de acordo com o sistema eleitoral, nem com um partido só decidindo os destinos de Cuba. Isto não é democracia”, precisou Hrenández.



Pouco depois, Hernández foi citado para que se apresentasse na delegacia de Candelaria, onde o detiveram desde as duas da tarde, até as cinco sendo interrogado por um oficial da polícia política.



”Fui interrogado pelo oficial da Segurança do Estado, Juan Carlos, a quem expus as mesmas razões dadas aos membros da Comissão Eleitoral. Então, este oficial mudou o tema para a farmácia independente que funciona em minha residência e me ameçou processar, se alguma pessoa fosse prejudicada por algum dos medicamentos que ali se distribui gratuitamente. Também me disse que ele sabia que eu tomo nota de cada paciente e médico que avie a receita, e que as arquivo, porém que ele (o oficial da polícia) sabia que eu ia me equivocar e seria condenado, que tivesse cuidado”, acrescentou Hernández.



A primeira farmácia independente é abastecida através de doações obtidas em Cuba, procedentes do exterior. Recentemente recebeu uma importante doação da ONG Operação Libório, que é dirigida em Porto Rico pelo senhor Enrique Blanco.



Desde sua inauguração e inclusive antes, as autoridades cubanas cuidam de entorpecer o trabalho humanitário desta farmácia, que tem tido um grande impacto entre os residentes em Candelaria e demais povoados circunvizinhos.



CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR RECEBEM TREINAMENTO OBRIGATÓRIO DE TIRO



GÜINES, 23 de outubro (José Izquierdo, Grupo Decoro) – Os meninos que cursam o pré-escolar (kindergarten) na escola primária Manuel Ascunce, situada em Güines, provícia de Havana, são obrigados por seus professores a efetuar duas práticas de tiro por semana, com fuzis de ar comprimido calibre 4.5 milímetros, projéteis comumente chamados “pellets”.



Segundo Marta Ida Orta Pazos, ativista do Centro Pro Liberdade e Democracia, os menores são levados duas vezes por semana em horário de aula a um campo de tiro que é coligada com a escola, onde os professores os obrigam ao menos durante uma hora a disparar os fuzis de pellets.



”É abusivo essas criaturas terem durante uma hora, sob o sol, que realizar ações que só lhes inculca pensamentos malignos, idéias diabólicas sobre uma guerra imaginária que nunca chegará”, acrescentou a senhora Orta Pazos.



Por sua vez, uma professora da Manuel Ascunce que solicitou o anonimato, assegurou que as práticas obrigatórias de tiro com fuzil partem de uma prova que é determinada pelo Ministério da Educação, para medir o nível de adaptação que os meninos têm com estas práticas, com o propósito de introduzí-las como uma matéria a mais, desde que o menino começa sua vida escolar.



A raiz da estratégia que o governo cubano chama “a guerra do povo todo” (conceito criado pelo Ministro das Forças Armadas, Raúl Castro), introduziu de modo obrigatório o estudo da matéria Preparação Político Militar em todas as escolas dos níveis secundário básico e pré-universitário.



Essas informações foram transmitidas por telefone, já que o governo de Cuba não permite ao cidadão cubano acesso privado a Internet.



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Fonte: www.cubanet.org



NOTALATINA EDIÇÃO EXTRA



Apesar de já ter sido editada a nota deste sábado, acabo de receber um comunicado da Venezuela que julgo necessário divulgar. A situação lá está cada vez mais tensa. Ontem, Chávez fazendo de conta que o movimento da Praça Altamira não existe, convocou a população e seus seguidores para antecipar os festejos de Natal, uma atitude bem própria de alguém sem vínculo algum com religião ou temor a Deus. Compareceram grupos folclóricos, “gaiteros”, houve música e dança bem próprios do “Pão e Circo”.



Entretanto, o que se comenta é que Chávez não está em Caracas, mas em Ilha Margarita, de onde surgem rumores de que lá também está o ditador Fidel Castro, que foi levado com enorme séquito para submeter-se a uma cirurgia de emergência; não se confirma, nem nega-se. Curiosamente, Chávez desmarca um encontro que teria ontem, com presidentes de vários países, sob a alegação de que o momento não era oportuno por estarem vários desses países envolvidos em campanhas eleitorais. No entanto, mesmo à distância, este aprendiz de tirano não deixa de mandar seus recados e estes acenam para um futuro sangrento, pois em declaração dada ontem, Hugo Chávez disse: "Que não se equivoquem. Se é que pretendem dar outro golpe de Estado, se é que pretendem arremeter contra as instituições pela via armada, pois responderemos pela via armada". Só que esse é um movimento pacífico e que, até agora, sem a intervenção das Milícias Bolivarianas, não aconteceu nenhum incidente que merecesse preocupação.



Quando as cornetas não deixam de soar



Hoje é sábado, 26 de outubro de 2002.



São 8 PM e parece que o leste de caracas está em completa festa. As ruas repletas de carros por toda parte fazendo tocar suas buzinas e com as luzes intermitentes acesas. Situação que vem durando todo o dia.



A Praça Altamira transbordada por uma parte da população que apoia a posição assumida pelos militares dissidentes do governo. Já são 99 horas de permanente apoio cívico, político, cultural e econômico.



Os meios de comunicação resenham muito limitadamente o que está acontecendo. Continua a mordaça ? Na terça-feira todos os canais de televisão foram ameaçados pelo governo de cortar o sinal, se transmitissem ao vivo o que estava ocorrendo em Altamira. Continuará mantendo-se tal ameaça?



A “rede de esquálidos” pela internet foi fechada e estão recebendo mensagens em nome da rede que são falsas.



Nos quartéis militares, há incomunicabilidade total. Não têm contato com rádio, imprensa ou televisão e muitos tiveram seus celulares tomados, de maneira que não podem se comunicar com seus familiares. Continuam aquartelados, apesar do Alto Comando Militar negar. E se não estivessem, por que, sendo fim de semana, não deixaram sair os oficiais e as tropas às suas respectivas residências?



Enquanto isto sucede, continuam chegando ônibus e carros particulares de Maracaibo, Mérida, Táchira, Valência, San Juan de los Morros, etc., à praça de Altamira de Caracas,



...enquanto o governo celebra na Avenida de los Próceres, adiantando as festas natalinas, “O Gaitaço” com assistência obrigatória da parte de todos os membros da administração pública, em uma triste tomada de “cachaça popular”.



Estamos frente a uma delicada situação que se debate entre a desobediência cívico-militar, o pedido de renúncia do Presidente da República e o desejo da celebração de uma imediata consulta popular ou referendo consultivo.



Silvia Schanely de Suárez



Internacionalista, doutorado em Ciências Políticas



Membro da Coordenadoria Democrática



Fonte: La Voz de Cuba Libre