sexta-feira, 8 de novembro de 2002

A América Latina está parecendo um paiol de pólvora prestes a estourar, tantos são os acontecimentos que diariamente temos a oportunidade de tomar conhecimento. A situação da Venezuela ultrapassou o limite do crítico e, sinceramente, não creio que seja resolvida de forma pacífica e sem derramar muito sangue.



Na segunda-feira passada foi entregue ao presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), uma pergunta que acompanhava a relação de assinaturas dos cidadãos que pediam a deposição do presidente Hugo Chávez e um plebiscito convocando novas eleições. O sr. Roberto Ruiz então presidente do CNE, segundo os noticiários, acatou com respeito a petição, dando mesmo a entender que também era favorável a esta medida. Dois dias depois este senhor misteriosamente “renuncia ao cargo”, o que levantou, entre os opositores de Chávez, a suspeita de que essa demissão fora induzida ou que não partira dele. A estranheza e o desapontamento é geral, obviamente.



A desobediência civil desses militares e demais cidadãos que lotam a praça Altamira desde 22 de outubro está assegurada na Constituição, entretanto, o secretário geral da OEA, César Gaviria que se encontra em Caracas para “facilitar” a negociação entre o presidente e os opositores, simplesmente pediu aos militares que “se quiserem se dedicar à política, tirem os uniformes e abandonem a carreira”. Comenta-se, a respeito deste secretário, que ele “vê com simpatia” (para não dizer que é conivente) os guerrilheiros das FARC e as alianças de Chávez com Fidel Castro. Onde ficaria então, a imparcialidade desse “mediador”, em caso tão grave e explosivo como o que está ocorrendo na Venezuela? No jornal “La Nacion” de hoje há uma extensa matéria analisando vários aspectos da tensão venezuelana, muito boa. Não a reproduzo aqui por ser muito longa, mas os interessados podem conhecê-la acessando o site: http://www.el-nacional.com/Articulos/Articulo.asp?Plantilla=3&Id=16552&IdSeccion=121



Ainda nesta edição, notinhas reflexivas do meu amigo e colaborador Carlos Reis, em “Como o Diabo gosta”.



POUCAS E BOAS – COMO O DIABO GOSTA



Tenho estado em silêncio olhando a conjuntura. Mas agora chega! Já é hora de restabelecer algumas verdades, aliás, algumas delas já comentadas pelos amigos.



Em primeiro lugar, pacto social, uma ova! Social-democracia petista, bullshit! Diabo, que é diabo, não se converte! O Paulo Zambonni matou a pau! Lula está construindo a teia – ou a Rede, como a chama o pessoal da 5a Internacional Socialista -, do pacto social; uma artimanha que colocará toda a oposição, ou o que restar dela, contra o Brasil e o povo brasileiro. Quem for contra será chamado de traidor! No “Pato Social”, quem piar contra é galinha frita!



Além disso, o projeto de Segurança que está sendo gestado na Lulolândia é de arrepiar os cabelos! Vem aí o mais moderno e democrático regime policial e totalitário que alguém já elegeu. Em breve, em cada rua, em cada quarteirão desse Brasil, um espião, um informante de plantão, a serviço do “guia genial do povo” tupiniquim. Voltarei ao assunto de forma séria assim que juntar mais elementos.



Por aqui (Zero Hora) já se fala em um Ministério das Cidades no governo Lula. Não sei se essa patifaria saiu nos jornais do centro do país, mas é certo que o nome dela é Tarso Genro. Um ministério ad hoc para quem ficou desempregado pelo povo. Deve ser o de bedel empoado e finório da 5a Internacional.



Boa notícia. Por falar em 5a Internacional, a 3a edição do Fórum Social Mundial – a 5a Internacional -, não sai mais, pelo menos em Porto Alegre. Se sair, não vai ser com o dinheiro do governo do Rigotto! O Rigotto não é galinha. A confirmar no ano que vem.



O PMDB, a continuar babando e chocando ovos petistas como já está fazendo, se inscreverá como forte candidato a campeão da Taça Prostituição Política do Annus. Do Tudo pelo Social de Sarney, ao Topa Tudo por Dinheiro desses governadores. É de dar inveja aos parasitas dos anos 20 e 30. Triste safra essa de políticos que chegaram ao poder. Como diz o personagem do Chico Anísio, seu Rolando Lero, “foi o que deu para arranjar”.



Aqui em Porto Alegre, 14 anos de influência petista no pensamento dos gaúchos produziu a pérola de que a “obra” mais vendida na Feira do Livro, ora em realização na cidade, é sobre culinária. O Brasil acaba de eleger um regime totalitário para nos liquidar, e aqui em Porto Alegre, é bom dizer, no preciso momento em que nos livramos dos totalitários gaudérios, o povão é levado a consumir ninharias e amenidades. Acho que não deu tempo. Espero que no ano que vem...



E, para encerrar:

A. O toque do Heitor de Paola é precioso: nenhuma palavra na mídia sobre el comandante en jefe, Fidel, cumprimentando seu funcionário, Lula, pela vitória da causa (deles). Como dizia um amigo meu: vocês acham que eu não sou bobo?



B. Eles perderam! Lá. Dá-lhe Bush!



C. O presidente da FIESP (antigamente uma instituição liberal), Laffer Piva, anda falando em congelamento de preços e salários! Remember “ekipeconômica” do Sarney! São os mesmos canalhas! Não admira que elegeram o Lula!



D. Vem aí: “Gramsci não é isso tudo que andam falando”.



Carlos Reis



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